Artigos do Presidente

1 de novembro de 2020

Somos mais de 80% dos empregos e temos a menor remuneração

Por Marcelo Queiroz
Presidente do Sistema Fecomércio RN

Sempre fizemos questão de destacar a relevância do setor de Comércio e Serviços para a economia potiguar. Entre outras coisas, somos responsáveis por quase 70% do PIB e por 65% da arrecadação potiguar de impostos. A geração de ocupação e renda para o nosso povo também é um dos pontos em que somos muito fortes, eu diria fundamentais. Números divulgados na semana que passou pelo Ministério da Economia – por meio da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho –, não apenas ratificam, como jogam uma enorme lupa sobre esta importância. Escancaram, inclusive, um incremento considerável na média histórica da participação do nosso setor no mercado formal de trabalho potiguar.

De acordo com os dados – que dizem respeito a 2019 e consolidam informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados cruzadas com aquelas da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) -, o Rio Grande do Norte tinha, no ano passado, um total de 607.027 trabalhadores com carteira assinada. Desse total, 376.170 atuavam no segmento de Serviços e 114.578 no segmento de Comércio.
Ou seja, Comércio e Serviços empregaram 490.748 potiguares de maneira formal, com todos os direitos previstos na legislação trabalhista (aliás, diga-se de passagem, uma legislação que ainda onera de maneira absurda o custo do trabalhador, mas esta é uma outra questão).

Em números relativos, respondemos por 80,84% dos empregos formais, quase onze pontos percentuais a mais que a média histórica de nossa participação neste bolo (que era de pouco mais de 70%).
Para se ter uma ideia do que isso significa, o setor industrial, terceiro colocado em número de carteiras assinadas, empregou, em 2019, cerca de 68 mil pessoas.

Por si só, esses números já deveriam ser suficientes para confirmar a necessidade que sempre defendemos de que o setor de Comércio e Serviços precisa de uma atenção diferenciada e perene do Poder Público porque é dele que emana o maior potencial econômico de nosso estado. Mas, não paramos por aí. Os dados do Ministério da Economia também registraram os salários médios pagos no estado do RN em 2019. Mais uma vez, o setor de Comércio e Serviços se destaca. Nos Serviços, o salário médio pago foi de R$ 3.224,10 e no Comércio de R$ 1.561,43. O salário médio pago no estado ficou em R$ 2.702,25.

E aí cabe mais um cálculo simples para fechar nosso registro e o reforço do quão importante é fomentar e estimular este setor econômico que tem, claramente, um potencial impressionante de efetividade na promoção e na sustentação do desenvolvimento social do nosso Rio Grande do Norte e do seu povo por meio da mais digna e engrandecedora condição que é a de dar aos trabalhadores a oportunidade de tirar do seu suor o sustento próprio e de suas famílias.

Os números apontam que o segmento de Serviços pagou, em 2019, uma média de R$ 1,2 bilhão por mês em salários. Já o de Comércio remunerou seus colaboradores com R$ 178,9 milhões por mês. Isto quer dizer, caros leitores, que este setor de Comércio e Serviços pagou, mensalmente, quase R$ 1,4 bilhão em salários ou, ao longo de todo o ano, nada menos que R$ 18,2 bilhões – considerando os treze salários do mercado formal de trabalho. Para se ter uma ideia, o Governo do Estado, um dos pilares do pagamento de salários no nosso estado, pagou, ao longo de 2019, praticamente um terço disso!

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