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15 de maio de 2014

Varejo potiguar vê vendas despencarem 5,4% em março, fazendo acumulado do ano cair para 3,8%

Sinais de esgotamento do varejo, já anunciados pela Fecomércio, e “efeito-calendário” contribuíram para vendas mais baixas no terceiro mês do ano

Depois de um primeiro bimestre pujante, com uma média acumulada de crescimento que bateu em 8,4%, o terceiro mês do ano foi de vendas ruins para o comércio potiguar. Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira, 15.05, pelo IBGE, o Comércio Varejista Ampliado registrou queda de 5,4% nas vendas em março. Com isso, o primeiro trimestre do ano fecha com alta acumulada de 3,8%, muito abaixo dos 9% emplacados no mesmo período do ano passado.

A combinação de preços em alta; crédito mais caro; confiança do consumidor em baixa; aumento do endividamento e ainda o que os economistas chamam de “efeito-calendário”, foram determinantes para o resultado.

“Já fizemos alguns alertas para o momento de desaceleração que estamos vivendo no consumo. Estamos crescendo, mas em ritmo menor. E isto se deve a fatores como crédito mais caro, aumento do endividamento e preços em alta. Este resultado de março reflete este cenário. O número também foi fortemente influenciado pelo que chamamos de ‘efeito-calendário’. Alguns setores que têm grande peso na composição do varejo, como o de Supermercados e Hipermercados, sentiram a falta do movimento típico da Páscoa, que em 2013 aconteceu em março e este ano foi comemorada em abril. Além disso, em virtude do Carnaval, março de 2014 foi um mês com menos dias úteis”, explica o presidente do Sistema Fecomércio RN, Marcelo Fernandes de Queiroz.

Nos resultados de março sobre o mês anterior, três das dez atividades pesquisadas obtiveram resultados positivos para o volume de vendas com ajuste sazonal. Os resultados foram os seguintes: Móveis e eletrodomésticos (1,5%); Livros, jornais, revistas e papelaria (1,2%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,5%).

Já na relação março de 2014 versus março de 2013 (série sem ajuste), cinco das oito atividades do varejo apresentaram resultados negativos no volume de vendas. Por ordem de importância na formação do taxa global, as variações com impactos negativos foram as seguintes: -2,8% para Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; -7,3% para Tecidos, vestuário e calçados; -3,8% em Outros artigos de uso pessoal e doméstico; -4,9% para Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; -8,2% em Livros, jornais, revistas e papelaria.

As variações positivas, também por ordem de importância, foram 9,6% para Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; 4,0% para Combustíveis e lubrificantes; e 3,8% em Móveis e eletrodomésticos.

“Vamos aguardar os número de abril e verificar o impacto que a Páscoa teve sobre este segmento de Hipermercados e Supermercados. Ele será importante para o comportamento do varejo como um todo. Mas, de uma maneira geral, excetuando-se o esperado aumento de vendas com o fluxo turístico da Copa, este primeiro semestre tende a ser de vendas crescendo menos que no primeiro semestre de 2013”, ressalta Marcelo Queiroz.

QUADROS COMPLEMENTARES

 

Mês

2011

2012

2013

2014

Janeiro

14,60%

2,80%

7,60%

6,6%

Fevereiro

13,40%

-1,00%

6,20%

10,2%

Março

-9,40%

7,40%

13,20%

-5,4%

Abril

7,80%

1,40%

16,80%

 

Maio

11,10%

6,90%

10,30%

 

Junho

7,80%

13,60%

2,10%

 

Julho

6,20%

9,40%

10,10%

 

Agosto

9,60%

11,50%

6,30%

 

Setembro

3,70%

5,80%

11,20%

 

Outubro

-0,10%

14,60%

7,30%

 

Novembro

1,90%

9,90%

10,00%

 

Dezembro

4,00%

7,50%

5,90%

 

NO ANO

5,50%

7,60%

8,80%

3,8%
 

 Índice e variação do volume de vendas no comércio varejista ampliado (1), por Unidade da Federação – Março 2014

Unidade da Federação

Variação

Mensal (3)

Acumulada (4)

jan/14

fev/14

mar/14

No ano

12 Meses

Brasil

4,7

8,2

-5,7

2,1

3,2

Rondônia

2,9

7,5

-4,6

1,6

0,2

Acre

13,0

13,8

-4,5

7,2

9,8

Amazonas

8,6

5,5

-2,5

3,7

4,9

Roraima

-0,3

0,6

-4,5

-1,5

0,8

Pará

4,4

6,1

-2,5

2,5

1,8

Amapá

-12,7

-3,2

-2,2

-6,2

-2,1

Tocantins

3,1

6,2

-0,5

2,8

2,1

Maranhão

4,3

10,9

0,6

5,0

5,1

Piaui

4,0

10,6

-3,7

3,2

5,4

Ceará

7,0

14,6

0,2

7,0

1,3

Rio G. do Norte

6,6

10,1

-5,4

3,4

7,4

Paraíba

6,4

10,5

-4,9

3,6

7,9

Pernambuco

7,9

14,0

-3,6

5,7

5,6

Alagoas

7,9

13,7

2,4

7,8

5,6

Sergipe

8,9

10,1

-1,8

5,5

2,8

Bahia

5,8

12,9

-0,8

5,6

2,8

Minas Gerais

2,4

2,5

-9,5

-1,7

-1,0

Espirito Santo

-7,3

-2,7

-13,1

-7,9

-5,5

Rio de Janeiro

2,5

12,0

-5,1

2,6

5,4

São Paulo

4,3

6,9

-8,0

0,6

2,4

Paraná

5,2

5,3

-6,8

1,0

5,4

Santa Catarina

6,7

11,2

0,8

6,0

4,8

Rio Grande do Sul

11,5

13,8

-3,2

6,8

6,6

Mato Grosso do Sul

-0,1

4,0

-3,9

-0,2

4,8

Mato Grosso

6,0

9,2

-2,0

4,1

4,6

Goiás

1,6

3,6

-6,7

-0,7

3,0

Distrito Federal

11,2

10,4

-4,6

5,3

0,8

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio. 
(1) Incluir as atividades de Veículos e de Material de construção, além daquelas que compoem o varejo 
(2) Base: 2011 = 100 
(3) Base : Igual mês do ano anterior = 100 
(4) Base no ano: Igual período do ano anterior = 100 
Base 12 meses: 12 meses imediatamente anteriores aos 12 últimos meses = 100

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