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16 de junho de 2015

Varejo potiguar registra retração nas vendas em abril, mas quadro ainda é melhor que média nacional

As vendas do Comércio Varejista Ampliado no Rio Grande do Norte registraram uma queda em abril, segundo o IBGE. A retração no quarto mês do ano foi de -5,9%, o que levou o acumulado de 2015 novamente para um número negativo: -0,6%. Os percentuais potiguares retratam o quadro de instabilidade econômica nacional mas ainda mostram uma situação melhor que a média brasileira. Segundo o mesmo IBGE, no país as vendas despencaram -8,5% em abril e o acumulado do ano e aponta queda de -6,1%.

O número de abril chega após um respiro do varejo verificado em março, quando a alta de 7,1% havia devolvido o balanço do ano ao patamar dos números positivos, situação que é minimizada pelo presidente do Sistema Fecomércio RN, Marcelo Queiroz.

“Nós sabíamos que o número de março era atípico e havia sido provocado por questões como o efeito calendário (o fato de que o Carnaval deste ano aconteceu em fevereiro e o do ano passado em março, fazendo com que o terceiro mês deste ano tivesse mais dias úteis). A retração de abril, que é um mês no qual não temos datas fortes de apelo comercial, era esperada. Mas continuamos otimistas de que este quadro de desaceleração de vendas poderá ser revertido em breve. Temos, em maio e junho, duas datas fortes de vendas, que são os dias da Mães e dos Namorados, nas quais registramos altas, embora menores que as de 2014. Eu acredito que fecharemos o primeiro semestre deste ano com um pequeno crescimento de vendas, na casa dos 2% que seria menor que os 3,2% que registramos de alta no primeiro semestre de 2014. Esta, aliás, é a projeção que fazemos para o ano. Crescer, mas crescer menos que o crescimento de 2014 inteiro, que foi de 2,2%. Projetamos para o ano inteiro de 2015, alta em torno de 1,5%, que seria digna de ser comemorada”, afirma Queiroz.

Setores
No mês de abril, a atividade de móveis e eletrodomésticos, com variação de -16,0% no volume de vendas em relação a abril do ano passado, registrou o maior impacto negativo. No acumulado do ano e dos últimos 12 meses, as taxas foram de -8,9% e -3,9%, respectivamente. Tal comportamento pode ser atribuído à retirada gradual dos incentivos (redução do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI) direcionados à linha branca, somada à redução da massa de rendimento (-3,8% sobre abril de 2014, segundo a PME) e ao menor ritmo de crescimento do crédito.

O segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com taxa de -2,3% no volume de vendas em abril de 2015 sobre igual mês do ano anterior, foi a segunda maior contribuição negativa na formação da taxa. Em termos de resultados acumulados, a atividade apresentou variação no ano de -1,6% e de -0,6% nos últimos 12 meses. Apesar do crescimento dos preços de alimentação no domicílio se encontrar abaixo da média geral, este desempenho foi influenciado pelo menor poder de compra da população.

Tecidos, vestuário e calçados foram responsáveis pela terceira maior participação negativa na composição do índice geral do varejo, com variação de -7,5% em relação a igual mês do ano anterior, acumulando -4,2% no ano e -1,9% nos últimos 12 meses. Mesmo com os preços de vestuário se posicionando abaixo do índice geral de inflação (variações respectivamente de 3,6% e 8,2% no acumulado dos últimos 12 meses, até abril, segundo o IPCA), esta atividade vem apresentando desempenho negativo e inferior à média geral do comércio varejista.

O segmento de combustíveis e lubrificantes apresentou taxa de -2,1% no volume de vendas em relação a abril de 2014, respondendo pela quarta maior contribuição negativa à taxa global do varejo. A taxa de crescimento acumulada no ano (-2,1%) e a dos últimos 12 meses (-0,1%), reflete o comportamento do crescimento dos preços de combustíveis acima da média, com 8,5% de variação em 12 meses, contra os 8,2% do índice geral, segundo o IPCA.

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, setor com a maior participação positiva, apresentou taxa de 6,2% na relação abril 2015/abril 2014, e taxas acumuladas no ano e nos últimos 12 meses de 5,9% e 7,5%, respectivamente. O desempenho setorial favorável desta atividade pode ser atribuído, especialmente, ao caráter de uso essencial de seus produtos e à variação de preços de medicamentos abaixo do índice geral.

O volume de vendas de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com aumento de 2,7% frente a abril de 2014, registrou a segunda maior participação positiva. Os resultados em termos acumulados, variação de 13,5% no ano e de 2,9% nos últimos 12 meses, podem ser explicados pelo comportamento dos preços dos computadores, um dos principais itens que compõem a atividade.

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