Detalhamento mostra como a inadimplência no comércio brasileiro ficou distribuída em janeiro. Dados levam em conta mais de 150 milhões de CPFs
Um detalhamento do indicador mensal de inadimplência calculado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) mostra que a distribuição das dívidas em atraso por faixas de valores sofreu uma ligeira alteração na comparação com os meses anteriores. A maior parte das dívidas registradas nos bancos de dados do SPC Brasil continua concentrada nas faixas de valores de até R$ 2.500. No entanto, a participação dessas faixas caiu de 81,0% em dezembro de 2013 para 80,3% em janeiro de 2014.
Em contrapartida, houve uma pequena elevação na concentração de registros de maior valor. A participação das faixas com dívidas acima de R$ 7.500 aumentou de 8,39% em dezembro para 8,65% em janeiro de 2014. A concentração dessa faixa de dívida tem apresentado aumento desde outubro de 2013.
Na avaliação da economista do SPC Brasil, Luiza Rodrigues, o menor crescimento da massa salarial apresentada nos últimos meses pode dificultar a capacidade de pagamento de pessoas com renda mais baixa, que geralmente têm dívidas de menor valor – o que consequentemente pode gerar um aumento da participação de dívidas abaixo de R$ 2.500.
Faixa etária e gênero dos inadimplentes
A parcela dos cadastros negativos concentrados na faixa da população entre 25 e 49 anos – a qual corresponde a mais da metade da população de adulta, de acordo com o IBGE – apresentou aumento, passando de 62,6% em dezembro de 2013 para 63,2% no primeiro mês de 2014.
Já em relação ao gênero dos inadimplentes, assim como ocorreu nos meses anteriores, as mulheres continuam representando a maior parte dos negativados na base do SPC Brasil. No entanto, o percentual de mulheres com dívidas atrasadas apresentou uma ligeira queda na passagem de dezembro/13 para janeiro/14, de 55,53% para 55,30%.
Metodologia
O indicador de inadimplência ampliado do SPC Brasil detalha como scomporta o número de calotes no comércio brasileiro, segundo os critérios de gênero, idade e valor das dívidas em atraso há mais de 90 dias.
No mês de janeiro, a inadimplência apresentou alta de 7,84% na comparação com o mesmo mês de 2013, interrompendo a tendência de desacelerações que vinha apresentando desde abril do ano passado. Apesar da alta, o índice é o menor para janeiro dos últimos três anos.
*Fonte: SPC Brasil