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5 de abril de 2016

Presidente da Fecomércio RN pede “socorro” ao setor de Comércio e Serviços durante Motores do Desenvolvimento

Marcelo Queiroz fez duras críticas ao atual cenário, que para ele trava o desenvolvimento do Rio Grande do Norte e exauriu o pilar da nossa economia

O assunto crise econômica pautou a nona edição do projeto Motores do Desenvolvimento que aconteceu nesta segunda-feira (4), no Holliday Inn Arena das Dunas. O projeto promovido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN, em parceria com o Sistema Fiern, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), Tribuna do Norte e RG Salamanca. A primeira edição do Motores do Desenvolvimento em 2016 teve como tema central a pergunta: “Comércio e Serviços do RN: Qual o futuro da base da nossa economia?”.

Em sua fala, o presidente Marcelo Queiroz fez duras críticas ao atual cenário “com instituições inchadas, ineficientes, ineficazes e burocráticas”. Embasando, o presidente do Sistema Fecomércio apontou que em 2015 os setores fecharam o ano em queda de 5,9% nas vendas e em janeiro de 2016 houve uma retração de 12,3%.

“O setor de comércio e serviços do Rio Grande do Norte está esgotado. Nosso potencial de geração de emprego e renda se exauriu. O setor pede socorro e não somos um setor qualquer, pois empregamos diretamente mais de 290 mil potiguares, o que equivale a cerca de 48% dos empregos aqui existentes, respondemos por 60% de todo ICMS e por 47% do PIB do estado”, listou Queiroz.

O gestor aproveitou a oportunidade e pediu apoio aos podes públicos e o debate de alternativas que possam criar um ambiente propício para a geração de riquezas. “É urgente que tenhamos um debate amplo, aberto e franco sobre o nosso segmento”, acrescentou.

O diretor presidente do jornal Tribuna do Norte, Henrique Eduardo Alves, afirmou que o pronunciamento de Marcelo Queiroz “mostrou uma preocupação crescente na situação dos setores de comércio, serviços, turismo e indústria, que estão interligados”. Para Alves, há uma necessidade de mudança para que a economia brasileira volte a andar nos trilhos.

Para ter uma noção do que se espera do futuro econômico do Brasil e do Rio Grande do Norte, o Motores do Desenvolvimento trouxe diretor de políticas de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Douglas Finardi Ferreira. No seu momento, Douglas apresentou as ‘Estratégias do Governo Federal para estimular o setor de Comércio e Serviços’.

“Esse tipo de discussão é fundamental importância para que a gente possa colocar os segmentos em discussão, conhecer a realidade do estado e poder atuar com base nas informações que a gente leva daqui”, antecipou Finardi.

A segunda palestra trouxe um assunto bem corriqueiro no meio empresarial, a carga tributária brasileira. O presidente executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), João Eloi Olenike, fez uma explanação do ‘arcabouço tributário e fiscal brasileiro sufoca o setor de Comércio e Serviços no país e no RN’.

“A tributação é o calo dos empresários, nós temos um sistema tributário muito ruim tanto para pessoa física, como jurídica. É uma carga tributária sufocante, no qual as pessoas não conseguem produzir riqueza e os empresários não tem como fazer que seus empreendimentos gerem lucro, o que causa uma morte prematura das empresas que não consegue suportar a carga”, disparou. Olenike.

Fechando o bloco técnico de palestras, a coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca de La Rocque Palis, apresentou números da economia potiguar em âmbito nacional. De La Rocque destacou que o segmento de comércio e serviços do Rio Grande do Norte são essenciais para manter a economia viva.

“Fizemos um comparativo dos números do Rio Grande do Norte com os índices nacionais, e a economia potiguar é um pouco diferente da economia do Brasil. É natural, em um desenvolvimento, que o comércio e serviço pesem muito mais na economia do que a indústria e agropecuária, mas no caso da economia potiguar ela pesa mais ainda, quando comparamos com o restante do país”, apontou a coordenadora do IBGE.
O empresário cearense Deusmar de Queirós encerrou o Motores do Desenvolvimento com uma palavra de otimismo. O fundador e diretor presidente do grupo Pague Menos fez questão de mostrar ao público presente que é possível crescer durante um período de recessão, dando como exemplo a sua gestão.

Atualmente, o grupo está presente em 300 municípios do Brasil com mais de 800 farmácias e com pretensão de fechar 2017 com 1000 unidades. O empreendedor ainda disse que em 2016 as vendas irão aumentar 20% e nos anos passados o índice foi superior a 15%.

“Não é segredo, quem acredita e trabalha, cresce. No evento como o Motores do Desenvolvimento é importante trazer pessoas que falem positivamente. Existe um pessimismo generalizado entre os empresários e a população, e nós temos que tranquiliza-las”, encerrou.

Parceiros

Junto com a Fecomércio RN, autoridades da Federação da Indústria do Rio Grande do Norte (Fiern), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) estiveram presentes na primeira edição do Motores do Desenvolvimento 2016.

O presidente da Fiern, Amaro Sales, apontou o evento como uma luz para analisar o cenário, sugerir e otimizar soluções para a economia como um todo. “As empresas enfrentam dificuldades, no setor de comércio e serviços, além da indústria, e estamos aqui justamente para discutir soluções, quais os meios para sanar esta crise que é político-econômica, para que possamos retomar o crescimento da economia, atrair investimentos”.

A reitora da UFRN, Ângela Paiva, parabenizou a Fecomércio e destacou a importância de trazer o tema à tona, diante o contexto de crise. Para a educadora, o momento motiva as instituições a fazerem discussões sobre os desafios para sair da crise. “Todos os envolvidos no Motores estão juntos nesse desafio de vencer a crise e ter a convicção que vamos acertar no futuro, permitindo elaborar planos de ações seguros”, afirmou.

O Procurador Geral de Justiça do Ministério Público do RN (mais novo parceiro do “Motores”, Rinaldo Reis, apontou como “estratégica” a primeira participação do órgão no Motores do Desenvolvimento. O objetivo, segundo Rinaldo, é de mostrar que o MP pode ser um grande parceiro do desenvolvimento, trabalhando lado a lado com os setores econômicos do estado.

“A gente quer mostrar que o Ministério Público pode ser um grande parceiro do desenvolvimento. Até para desmistificar um pouco a imagem que, erroneamente, algumas pessoas e setores podem ter, no qual o MP é um órgão que pode atrapalhar por ser exigente, por estar querendo um rigor excessivo da lei. Queremos mostrar o contrário, o Ministério Público, sem o abandono da lei, propiciando segurança jurídica”, afirmou.

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