Com a queda da cotação do petróleo, o preço da gasolina nas refinarias do Brasil já está quase 70% acima do preço da referência internacional do combustível, segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
De acordo ccom levantamento divulgado nesta quarta-feira (14) pelo CBIE, o preço de refinaria nacional da gasolina atingiu na segunda-feira (12) uma diferença de 68,9% em relação ao preço médio do combustível no mercado internacional. No dia 5 de janeiro, a diferença estava em 57,4%.
Já o preço do óleo diesel nas refinarias nacionais agora está 53,2% acima do preço de referência do Golfo do México. No dia 5, a diferença era de 45,7%.
Trata-se da maior diferença desde o final de outubro do ano passado quando os preços dos combustíveis no Brasil deixaram de estar defasados em relação ao mercado internacional.
“Esta defasagem é recorde. Eu diria que é a maior diferença já registrada nos últimos 5 anos”, afirma Adriano Pires, sócio-diretor do CBIE.
Margem para redução de preço nas refinarias
Com a queda do preço do petróleo, a Petrobras passou a vender os combustíveis com um prêmio expressivo em relação a valores internacionais, o que tem gerado especulações e até cobranças sobre uma redução nos preços cobrados pela estatal.
O CBIE estima o atual nível de defasagem de preços pode garantir à Petrobras um ganho mensal de mais de R$ 1 bilhão com a venda de gasolina e de cerca de R$ 2 bilhões com o óleo diesel.
Apesar dos ganhos da Petrobras com a venda de combustível, Pires não acredita numa redução de preços nas refinarias. “O governo deverá aproveitar a queda do preço do barril de petróleo para arrecadar mais imposto e não para beneficiar o consumidor”, avalia. “O Brasil está sempre na contramão do mercado. Quando o petróleo está caro, a Petrobras subsidia o consumidor. Quando o petroléo está barato, é o consumidor quem subsidia a Petrobras”.
No ano passado, a companhia, orientada pelo governo, seu acionista majoritário, manteve os preços da gasolina baixos para ajudar a controlar a inflação, em um momento de alta do preço do petróleo, o que afetou o fluxo de caixa da estatal.
O CBIE estima que a Petrobras deixou de ganhar mais de R$ 50 bilhões nos últimos anos ao vender combustíveis a preços menores que os de referência no mercado internacional.
Na semana passada, a Petrobras divulgou comunicado dizendo que não há decisão sobre o reajuste no preço da gasolina e do diesel. “A política de preços da Petrobras visa não repassar a volatilidade dos preços internacionais ao mercado doméstico, seja quando os preços internacionais estão em elevação, seja quando estão em declínio”, disse a empresa.
Na terça-feira (13), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que a Petrobras deverá tomar suas decisões, entre elas sobre o preço da gasolina, “como uma empresa”.
Volta da Cide
O mercado já dá como certa a volta da cobrança da Contribuição de Intervenção sobre Domínio Econômico (Cide) na gasolina nas próximas semanas. A Cide foi zerada em 2012 justamente para atenuar o impacto do aumento do preço da gasolina.
Entre as opções em estudo pelo governo estaria uma taxação superior à que vigorava em 2011, quando as alíquotas começaram a ser reduzidas. Naquela época, a Cide era de R$ 0,192 por litro de gasolina e de R$ 0,07 por litro do diesel.
O retorno da contribuição, entretanto, não deverá ser repassado necessariamente para o consumidor, na avaliação de Pires. “Eu apostaria numa redução do ganho da Petrobras. O governo deverá fazer uma conta de chegada na bomba de forma a reduzir o ganho da Petrobras e colocar a diferença na Cide”, opina.
Apesar dos ganhos da Petrobras com a venda de combustível, Pires não acredita numa redução de preços nas refinarias. “O governo deverá aproveitar a queda do preço do barril de petróleo para arrecadar mais imposto e não para beneficiar o consumidor”, avalia. “O Brasil está sempre na contramão do mercado. Quando o petróleo está caro, a Petrobras subsidia o consumidor. Quando o petroléo está barato, é o consumidor quem subsidia a Petrobras”.
No ano passado, a companhia, orientada pelo governo, seu acionista majoritário, manteve os preços da gasolina baixos para ajudar a controlar a inflação, em um momento de alta do preço do petróleo, o que afetou o fluxo de caixa da estatal.
O CBIE estima que a Petrobras deixou de ganhar mais de R$ 50 bilhões nos últimos anos ao vender combustíveis a preços menores que os de referência no mercado internacional.
Na semana passada, a Petrobras divulgou comunicado dizendo que não há decisão sobre o reajuste no preço da gasolina e do diesel. “A política de preços da Petrobras visa não repassar a volatilidade dos preços internacionais ao mercado doméstico, seja quando os preços internacionais estão em elevação, seja quando estão em declínio”, disse a empresa.
Na terça-feira (13), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que a Petrobras deverá tomar suas decisões, entre elas sobre o preço da gasolina, “como uma empresa”.
Volta da Cide
O mercado já dá como certa a volta da cobrança da Contribuição de Intervenção sobre Domínio Econômico (Cide) na gasolina nas próximas semanas. A Cide foi zerada em 2012 justamente para atenuar o impacto do aumento do preço da gasolina.
Entre as opções em estudo pelo governo estaria uma taxação superior à que vigorava em 2011, quando as alíquotas começaram a ser reduzidas. Naquela época, a Cide era de R$ 0,192 por litro de gasolina e de R$ 0,07 por litro do diesel.
O retorno da contribuição, entretanto, não deverá ser repassado necessariamente para o consumidor, na avaliação de Pires. “Eu apostaria numa redução do ganho da Petrobras. O governo deverá fazer uma conta de chegada na bomba de forma a reduzir o ganho da Petrobras e colocar a diferença na Cide”, opina.
*Fonte: G1 Economia