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17 de março de 2025

PMC: Varejo tem queda em janeiro, e CNC prevê retração de 1% em 2025

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) avalia que a trajetória de desaquecimento do varejo deve persistir ao longo do ano, acompanhando um cenário macroeconômico mais restritivo, conforme apontam os resultados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de janeiro, divulgada hoje (14 de março) pelo IBGE. O descontrole fiscal brasileiro está impondo uma agenda desafiadora com juros mais elevados, afetando diretamente a atividade econômica e a performance do comércio.

“O varejo enfrenta um momento de ajustes e desafios. Precisamos encontrar formas de crescer a atividade econômica sem comprometer a estabilidade fiscal”, afirma José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.

O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, destaca que a perda de fôlego do comércio já era prevista, em virtude de o ajuste estar vindo por meio de uma agenda recessiva em vez de políticas econômicas apropriadas aos desafios do País. “A inflação, pressionada pelo descontrole fiscal, segue como o principal obstáculo para a retomada das vendas. Enquanto for necessário manter as taxas de juros em patamares elevados, o consumo tende a ficar contido, sobretudo em setores que dependem de financiamento”, analisa Tavares.

Desempenho de janeiro

A análise da CNC sobre os resultados da PMC de janeiro aponta um cenário de enfraquecimento do setor. O comércio varejista restrito registrou sua terceira queda consecutiva na comparação mensal, com recuo de 0,1%, enquanto o varejo ampliado teve alta de 2,3%, superando as projeções de crescimento de 1,2%.

A CNC previa um crescimento de 1% para o varejo ampliado em dezembro, mas revisou suas expectativas para os próximos meses, por conta do cenário apresentado em janeiro. A projeção para fevereiro indica um crescimento modesto de 0,1% na série ajustada sazonalmente. O esfriamento do consumo reflete condições menos favoráveis ao mercado, como a persistência de taxas de juros elevadas, que inibem o crédito, e a necessidade do ajuste fiscal que impulsionou o setor de forma virtual em 2024.

Setores em destaque

Os dados da PMC revelam que quatro setores registraram queda e quatro apresentaram crescimento no varejo restrito. A maior retração foi observada no segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-3,4%), ainda que o setor acumule alta de 14,1% nos últimos 12 meses. O segmento de hipermercados e supermercados também teve retração de 0,4%, afetado pela inflação dos alimentos.

Entre os destaques positivos, o setor de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação cresceu 5,3%, recuperando parte da queda de 5,9%, registrada em dezembro. Esse movimento foi favorecido pela apreciação do real diante do dólar.

“A queda do varejo já era esperada diante do cenário econômico atual. No entanto, é fundamental acompanhar os próximos meses para avaliar se haverá uma reação no segundo semestre, conforme a política fiscal for ajustada, aliviando a pressão sobre a inflação e tirando o peso da política monetária”, explica João Vitor Gonçalves, economista da CNC.

 Confira aqui a íntegra da análise

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