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14 de fevereiro de 2025

PMC de dezembro surpreende, e CNC projeta 2025 abaixo dos resultados de 2024

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê para 2025 um desempenho mais fraco do varejo do que o registrado em 2024. Surpreendida negativamente com os resultados de dezembro da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a CNC projeta crescimento de 0,1%, com ajuste sazonal, no varejo ampliado no próximo mês, com queda acumulada de 1% ao fim deste ano. O volume de vendas no varejo ampliado teve queda de 1,1% na comparação com novembro, quando a expectativa era de -0,1%. Ainda assim, 2024 fechou com alta acumulada de 4,1%. Na comparação com dezembro de 2023, houve crescimento de 1,4%, uma tendência que deve ser revertida nos próximos meses.

“O resultado positivo do ano passado foi reflexo do mercado de trabalho aquecido e do baixo desemprego, que atingiu sua mínima histórica, impulsionado pelas ações do governo na economia. O varejo ainda sofre com os desafios estruturais para o seu desenvolvimento”, afirma José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.

Setores com variação mensal negativa

De novembro para dezembro, foram destaques positivos na PMC apenas três segmento: livros, jornais, revistas e papelaria (0,8%), móveis e eletrodomésticos (0,7%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,6%). Em contrapartida, equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-5,0%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-3,3%) e combustíveis e lubrificantes (-3,1%) puxaram a variação mensal para baixo.

“Entre os principais fatores que contribuem para o desempenho abaixo do esperado, podemos citar a taxa de juros elevada, graças ao ciclo de aumento efetuado pelo Banco Central como medida para frear a inflação e a diminuição do estímulo fiscal. Para 2025, espera-se que o gasto público perca a força”, explica o economista da CNC João Vitor.

Preocupação com queda de itens essenciais

No saldo anual, as três atividades amargaram perdas. Combustíveis e lubrificantes (-1,5%), atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (-7,1%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-7,7%) tiveram forte queda mesmo durante um mês conhecido pelo aumento do consumo.

“Embora se considere às vezes que o atacado não é tipo de atividade ligada à pessoa física, nos últimos anos vemos uma mudança de perfil de consumo. As famílias brasileiras estão buscando cada vez mais fazer suas compras nos supermercados atacadistas para gerir melhor o orçamento. Assim, essa queda expressiva traz uma certa preocupação, sobretudo em um mês de euforia do varejo, porque denuncia os efeitos diretos do aumento da inflação”, analisa o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.

Confira a análise da CNC na íntegra

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