Apesar da maior queda no Brasil, cidade está em segundo lugar entre as capitais que mais têm oferta percentual de leitos. Dados são do IBGE
Natal perdeu 4,7% dos seus leitos de hospedagem entre 2011 e 2016 – a maior queda registrada no país. No mesmo período, o Brasil registrou crescimento de 15%. As informações são da Pesquisa de Serviços de Hospedagem (PSH) 2016, realizada pelo IBGE com o Ministério do Turismo.
Além de Natal, apenas Boa Vista (RR) e Curitiba (PR) perderam leitos nos cinco anos, sendo -3,8% em cada uma das capitais.
Segundo o estudo, a capital potiguar contava com 28,3 mil leitos no ano passado, enquanto em 2011, eram aproximadamente 29,7 mil. Apesar da redução, a capital potiguar ainda tem o terceiro maior número de hotéis e leitos do Nordeste, atrás apenas de Salvador (BA) e Fortaleza (CE).
Quando considerada a proporção populacional, a cidade tem a segunda maior rede nacional, com 3.232 leitos para cada 100 mil habitantes. Fica atrás apenas de Florianópolis (SC), que conta com 6.455 leitos para cada 100 mil pessoas.
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio Grande do Norte (ABIH/RN), José Odécio, a queda do número de leitos não reflete o momento da rede hoteleira potiguar. “Não temos notícias de fechamentos de unidades. Pelo contrário, novos hotéis abriram na cidade. O que pode ter acontecido foi o fechamento de pousadas e flats, por exemplo, que tiveram dificuldade de se manter durante a crise econômica”, afirmou. Se algum hotel fechou quartos, foi para fazer reformas, considerou ele.
Os dados do IBGE confirmam que a cidade teve um acréscimo de 5,7% no número de estabelecimentos de hospedagem nos últimos cinco anos. Mas a média de leitos por unidade caiu de 140 para 127. No Rio Grande do Norte, as pousadas representam 51% da rede hoteleira.
José Odécio considera que a principal dificuldade do setor ultimamente tem sido manter a ocupação dos quartos. O problema está na atração do turista nacional, que, segundo ele, tem que pagar mais caro pela passagem de avião para desembarcar no Rio Grande do Norte.
“Chega a custar 20% a mais. Nós fazemos divulgação do destino, o governo também tem feito, mas hoje em dia não vendemos mais destino, vendemos preço. Sem isso, o turista vai para outro lugar”, disse.
No início de julho, a ABIH fez um levantamento que apontou 50% de ocupação na rede hoteleira. Em 2016 havia sido 65%. O presidente afirma que aguarda o fim do mês para fazer uma apuração final. “Com certeza, vai ter um acréscimo”, pontuou. A expectativa é conseguir alcançar pelo menos a mesma quantidade do ano passado. “Mas a gente só está conseguindo isso, porque os hotéis estão fazendo promoção, reduzindo a tarifa em uma média de 20%”, ressaltou.
Ele ainda classificou como ‘caos’ o fechamento noturno da pista do Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, entre setembro e outubro. A pista do terminal apresentou um afundamento e passará por reforma três anos após a inauguração. “Vamos perder muito. A hotelaria é o primeiro setor a sentir o impacto, mas toda uma cadeia de serviços do turismo será atingida”, concluiu.
O Rio Grande do Norte atualmente tem mais de 52,8 mil leitos distribuidos em 669 unidades de hospedagem, representando 2,2% do setor no Brasil e quase 10% no Nordeste. Quando comparado aos demais estados da região, o estado fica em quarto lugar, atrás da Bahia, do Ceará e de Pernambuco.
Fonte: G1 Economia