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17 de julho de 2023

Falta de acesso ao crédito e de equilíbrio entre vida profissional e pessoal são principais obstáculos para as empreendedoras do RN, aponta Fecomércio

Pesquisa desenvolvida pelo Instituto Fecomércio RN mapeou perfil e desafios das empreendedoras potiguares

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio RN identificou que a falta de acesso a crédito (63,7%) e a dificuldade em conciliar vida pessoal e profissional (40,8%) são os dois principais obstáculos enfrentados pelas empreendedoras do Rio Grande do Norte. Barreiras culturais e estereótipos de gênero também foram pontos citados no estudo, apresentado neste domingo, 16, durante o “7º Encontro Mulheres que Marcam”, realizado no Teatro Riachuelo, em Natal.

O lançamento da pesquisa foi a primeira ação dentro do Plano de Trabalho da Câmara da Mulher Empreendedora – Fecomércio COM ELAS e abriu a programação do Mês do Comércio, em comemoração ao Dia do Comerciante, comemorado também no domingo.

“Começar nossa ação com a divulgação de dados sobre empreendedorismo feminino potiguar é dar destaque ao segmento que tanto faz pelos negócios do RN. Como a pesquisa deixa claro, muitas mulheres encontram nos negócios o que precisam para mudar de vida e serem donas de suas próprias histórias. Apesar de todos os desafios, elas são 35% dos empreendedores do nosso estado e tem um impacto grandioso não apenas na economia, mas na sociedade como um todo”, afirmou o presidente do Sistema Fecomércio RN, Marcelo Queiroz.

De acordo com as entrevistadas, para encorajar outras mulheres a abrir negócios são necessárias mais políticas governamentais de apoio (48,3%), acesso à financiamento (45,3%), programas específicos de capacitação e treinamento (41,3%), conscientização acerca dos benefícios oferecidos pelo empreendedorismo feminino (29,9%) e aumento da representatividade feminina em cargos de liderança (20,9%).

Os dados também revelam que o impacto do empreendedorismo feminino vai além do mundo profissional. De acordo com a pesquisa, 81,1% das mulheres acreditam que serem donas dos próprios negócios e ter autonomia financeira influencia positivamente em como elas se posicionam nos seus relacionamentos afetivos, incluindo parceiros (as) e familiares, por exemplo.

“Esses resultados atestam que as empreendedoras percebem uma relação positiva entre ter seu próprio negócio e sua capacidade de se posicionar de maneira mais assertiva e independente, constatando que o empreendedorismo pode fornecer uma sensação de empoderamento e liberdade financeira que influencia a dinâmica desses relacionamentos”, comentou Queiroz.

Perfil

A maior parte das empreendedoras que responderam à pesquisa têm entre 45 e 54 anos (37,3%), ensino médio completo (54,2%), atuam na modalidade MEI – Microempreendedor Individual (51,2%), são as fundadoras de suas empresas (79,6%), começaram a empreender há mais de 10 anos (47,3%) e fazem parte do setor do comércio (60,2%).

Mais de 84% das empreendedoras do RN são mães e 47,2% afirmaram que possuem dificuldades em conciliar a gestão do negócio com cuidado com os filhos. Elas também enfrentam outros obstáculos.

Redes de Apoio

Para lidar com os desafios do empreendedorismo feminino e as dificuldades que precisam enfrentar ao longo de suas jornadas profissionais, pelo menos 27% das mulheres entrevistadas são parte de redes de apoio; enquanto 24% gostariam de participar desse tipo de iniciativa. De acordo com elas, essa é uma forma de compartilhar experiências (42,3%), fazer networking (31,8%) e ter acesso a recursos ou informações (28,9%).

Além disso, os dados mostram que as redes de apoio podem ter um papel importante na motivação e no empoderamento das mulheres. A maioria das entrevistadas (55,6%) disse ter tido contato com alguma empreendedora que serviu de inspiração ou despertou o desejo de abrir seu próprio negócio. Isso ressalta a importância dos modelos de referência e exemplos de sucesso para incentivar outras mulheres a empreender.

Essa relação de empoderamento entre empreendedoras também afeta a visão que as mulheres tem de seus negócios e pode influenciar no processo de tomada de decisões importantes, como a contratação de novos colaboradores. De acordo com os dados do levantamento, mais de 64% das entrevistadas declararam que dão ou dariam preferência por contratar outras mulheres para o quadro de suas empresas.

A pesquisa ouviu 201 empreendedoras e 305 empreendedores, no período de 29 de junho a 10 de julho. O índice de confiança é de 95% com margem de erro de três pontos percentuais.

Clique aqui para ver o relatório completo.

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