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17 de abril de 2023

Empreendedores cobram na Câmara melhorias para comércio do Alecrim

Um dos bairros mais importantes para a economia de Natal e do Rio Grande do Norte, o Alecrim precisa de medidas de revitalização e organização. É o que pensa e cobra o presidente da Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim (AEBA), Matheus Feitosa, que participou de audiência pública na Câmara Municipal de Natal nesta sexta-feira (14) para debater propostas e perspectivas para o bairro, que mensalmente, movimenta R$ 3 milhões na economia local.

Para Matheus Feitosa, são vários os problemas do Alecrim que precisam ser priorizados, como as dificuldades para se estacionar no bairro, reorganização de ambulantes e a reforma no camelódromo.

“A prioridade é reformar o camelódromo porque, com isso, gera renda e garante espaço mais adequado para os comerciantes e clientes. Mas também tem a questão do trânsito, do processo licitatório do programa estacionamento zona azul e do regramento para uso das calçadas. A regulamentação da lei de ordenação do espaço público deve abranger tudo isso”, explicou Feitosa.

“A palavra chave é organização. Queremos chamar as pessoas do Alecrim para pensarmos num bairro para o presente e para o futuro para não nos queixarmos do Alecrim como está a Ribeira e o que vem acontecendo com a Cidade Alta. Sabemos que a Cidade tem projetos, e é justamente isso que a gente não quer que aconteça, que os clientes deixem de comprar, de deixar emprego e renda no Alecrim. Acreditamos que, se não pensarmos nesse ordenamento, nessas regras agora, os próximos meses o Alecrim vai morrendo além do que já está”, disse Feitosa.

Esse pleito tem sido propagado pela classe empresarial do bairro com mais ênfase, desde que a prefeitura de Natal anunciou já nesse ano dois projetos de intervenção para a Cidade Alta. Os empreendedores do Alecrim lamentaram a ausência de projetos também para aquele que é um dos principais centros econômicos do Rio Grande do Norte. Pontos como melhoria no estacionamento, reforma do camelódromo e acessibilidade estão entre as principais cobranças de lojistas, camelôs, trabalhadores e empresários que mantém seus negócios por lá.

A Aeba aponta que os negócios no bairro absorvem 25 mil funcionários de CLT, quase 5 mil empresas registradas e a maior arrecadação de ICMS, ISS e Cosip.

O encontro na Câmara foi proposto pelo vereador Kleber Fernandes (PSDB). Ele disse que são muitas as demandas a serem debatidas com todos os envolvidos na busca de soluções breves e possíveis. “O Alecrim é uma área onde o comércio ainda é pujante, mas o poder público precisa agir para ser preservada a acessibilidade, estacionamento, trânsito, ocupação de calçadas, de modo que atraia os consumidores. Importante discutir o transporte público para clientes e trabalhadores, além da segurança pública. Estamos cobrando um cronograma de ações das secretarias envolvidas”, pontuou o parlamentar.

Durante a audiência com os vereadores, o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL/Natal), José Lucena, destacou que a inciativa privada precisa de estrutura para trabalhar. “Ideias e soluções existem. Trabalhando a quatro mãos, o poder público com o privado podem chegar a um consenso. Mas às vezes falta bom senso, boa vontade, na questão dos estacionamentos, por exemplo. Não podemos deixar que o Alecrim se acabe a exemplo da Ribeira e da Cidade Alta”, declarou.

O empresário Marcos Mendes, 53 anos, tem negócios no bairro há 20 anos e aponta que o Poder Público precisa dar atenção ao Alecrim em vários aspectos. “Estamos tentando nos prevenir para que não aconteça no Alecrim o que aconteceu na Cidade Alta. Para os grandes gargalos do bairro, não tivemos melhorias de infraestrutura nos últimos 20 anos. Nossas calçadas e estacionamentos são os mesmos. Temos os ambulantes e camelôs naquela condição degradante, que necessita de alguma melhoria”, disse.

Segundo ele, a Aeba está unida aos ambulantes com o mesmo objetivo. “O que queremos é que eles tenham uma condição digna. Eles não têm isso, hoje. A rede elétrica do camelódromo, por exemplo, é um absurdo. Um dos maiores arrecadadores de ICMS do Estado não pode ser tratado daquela forma”, diz.

Camelódromo

Inaugurado na década de 80 e construído para resolver conflitos entre ambulantes e lojistas da época, o Camelódromo do Alecrim necessita de reformas e intervenções, segundo donos de boxes e trabalhadores do local. As principais dificuldades estão no tocante ao ordenamento, adequação e instalações elétricas e hidráulicas.

A Secretaria de Serviços Urbanos de Natal (Semsur) já possui projeto executivo para reforma daquele equipamento com um investimento em torno de R$ 2 milhões.

O secretário municipal de Serviços Urbanos (Semsur), Irapoã Nóbrega, participou nesta sexta-feira (14) da audiência na Câmara Municipal e disse que para dar andamento à reforma do camelódromo será preciso transferir os vendedores para outro espaço. “Tem sugestão de usar uma estrutura em frente ao Banco do Brasil enquanto os serviços são feitos. A questão da ocupação das calçadas envolve acessibilidade, mobilidade e trânsito. Isso está sendo trabalhado na regulamentação do uso e espaço público, cuja minuta está sendo elaborada pela Semurb e até o final do mês de maio deve chegar à Semsur para nossas contribuições”, disse o secretário.

Outras ações, como reforma da Praça Gentil Ferreira nos próximos meses e a restauração do teatro Sandoval Wanderley também estão previstas, além de intervenções no trânsito. No caso do estacionamento rotativo, a Prefeitura do Natal chegou a lançar um edital de licitação em março de 2021, mas o projeto foi alvo de judicialização por parte de empresas que não concordaram com itens do edital e o caso está suspenso.

Fonte: Tribuna do Norte

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