Foi lançada recentemente a Agência Magalu, que usa as lojas físicas como pontos de entrega também dos pedidos de marketplaces. É uma réplica para terceiros do chamado “Ship From Store”, em que o Magalu usa suas lojas físicas como pequenos centros de distribuição para agilizar as compras diretas.
O Mercado Livre tem todo o segmento “Mercado Envios” focado na logística dos produtos vendidos na plataforma. No balanço, a empresa diz que “mais da metade de nossas remessas foram entregues no mesmo dia ou no dia seguinte”.
Segundo a empresa, o modelo “Fullfilment” – em que o Mercado Livre armazena e cuida de toda logística para os vendedores da plataforma – permite que sejam entregues no mesmo dia as compras feitas em 50 cidades. Em até dois dias, esse número salta para 4,7 mil cidades, cobrindo 90% das entregas.
A Americanas S.A. tem uma divisão específica de “entrega rápida” para determinados produtos e horários específicos. A companhia reportou que suas entregas em até 3h representaram 15% do total desse escopo e em 24h, 52%. Segundo a empresa, isso inclui as modalidades 1P e 3P.
Por fim, a Via (antiga Via Varejo, dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio) diz que 15% das vendas da companhia são feitas no mesmo dia, em 65 cidades de 14 estados. A empresa também usa suas 1 mil lojas físicas como centros para distribuição mais rápida e reforçou o time com 1,2 mil temporários para a Black Friday.
O assunto é tão central que há uma guerra até nos departamentos de marketing das empresas pelo direito de uso do slogan “entrega mais rápida do Brasil”. Foram três ações correndo no Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) em que uma empresa contesta a propaganda de sua concorrente.
A primeira que chegou a uma decisão definitiva foi a ação em que o Mercado Livre acionou a Americanas S.A. (à época ainda chamada de B2W) por afirmar em peça de publicidade que a Americanas.com seria a “única empresa que se compromete a entregar produtos em até três horas” na Black Friday de 2020.
A relatora do caso, Adriana Pinheiro Machado, votou pela permissão de que a B2W usasse a peça, condicionado a deixar claro que a Americanas.com oferecia a modalidade mais rápida de entrega “em determinados locais do Brasil” e produtos específicos. Os demais conselheiros acompanharam a decisão.
Essa “jurisprudência” baseou as decisões restantes – uma em que o Magazine Luiza acionou o Mercado Livre e outra na direção contrária. Os recursos das ações foram julgados na semana passada.
Em geral, ficou estabelecido que as varejistas podem usar o slogan em recortes específicos de tipo de produto, cidade ou região do país, intervalo de tempo ou eventos específicos para dizer que possuem a entrega mais rápida, mas apenas mediante algum estudo que comprove a afirmação.
Em nota, o Magalu diz que trabalha com uma pesquisa “robusta” e será necessário apenas atualizar as informações de metodologia nos anúncios. “Essa pesquisa considera os prazos de entrega de oito empresas do setor, em 45 praças — entre capitais e cidades do interior — e de mais de 3.500 produtos de 48 categorias diferentes”, afirma a empresa.
O Mercado Livre diz que o Conar reconheceu a possibilidade de a empresa continuar a adotar o slogan sendo que se mencione os critérios do estudo independente realizado por consultoria externa em agosto e setembro de 2021.
Fonte: Portal G1