Presidente da Fecomércio comemora número do mês, mas alerta para desaceleração no acumulado do ano e para expectativa ruim com números de dezembro

Uma promoção importada dos Estados Unidos e a injeção dos recursos da primeira parcela do 13º salário foram os grandes responsáveis pelo bom incremento de vendas registrado pelo comércio potiguar no penúltimo mês do ano passado. Segundo dados do IBGE, naquele mês, as vendas do varejo norte-rio-grandense tiveram alta de 4,4% sobre novembro de 2013, o maior incremento mensal do segundo semestre do ano passado.

O percentual ficou dentro das primeiras expectativas da Fecomércio, mas ainda não foi suficiente para reverter o quadro de desacelaração brutal verificado ao longo de todo o ano.

“Foi um bom aumento de vendas, e ficou dentro do que nossas expectativas, otimistas, diziam. Mas, é preciso lembrarmos que em novembro de 2013, emplacamos alta de 10,1% sobre novembro de 2012 e que, no acumulado de 2014, até novembro, estamos com alta de 2,13%, muito distante dos 9,06% que tivemos no mesmo período de 2013. O quadro de desaceleração está mais que consolidado e nos preocupa muito o número que virá relativo a dezembro, por tudo o que vimos nas lojas e pelo cenário de incertezas que vivemos”, diz o presidente do Sistema Fecomércio Rio Grande do Norte, Marcelo Fernandes de Queiroz.

A boa notícia do levantamento do IBGE, divulgado na manhã desta quarta-feira (14), é que os números potiguares estão bem melhores que a média nacional. No país, as vendas caíram 2,7% em novembro e o acumulado no ano de 2014 está negativo, em -1,6%.

Ainda de acordo com os dados do IBGE, com relação às oito atividades que compõem o comércio varejista, os setores que mais se destacaram em novembro – na comparação com novembro de 2013 – foram: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (no qual estão inseridas as lojas de departamentos), com alta de 9,3%; 5,9% em Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; 1,6% para Móveis e eletrodomésticos; 1,6% para Tecidos, vestuário e calçados; e 4,7% em Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação.

Proporcionalmente, a maior contribuição para o resultado interanual positivo do varejo, em novembro, foi a de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, em função do aumento no volume de vendas da ordem de 9,3% sobre novembro de 2013. Por englobar lojas de departamentos, joalheria, artigos esportivos e brinquedos, segmentos bastante sensíveis ao movimento natalino, seu desempenho indica antecipações de compra, especialmente artigos de enfeites para o natal, fato já observado em anos anteriores. O setor também acusou o impacto da Black Friday.

O segmento de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com 5,9% de variação no volume de vendas na comparação com novembro de 2013, proporcionou a segunda maior contribuição positiva à taxa geral do comércio varejista. Com expansão da ordem de 9,1% no acumulado de janeiro a novembro, sobre igual período de 2013, e de 9,4% no acumulado de 12 meses, a atividade continua se destacando em termos de desempenho, o que deve ser atribuído, especialmente, ao caráter de uso essencial de seus produtos.

Acumulado no ano até novembro:

INDICADORES DO VOLUME DE VENDAS DO COMÉRCIO VAREJISTA E COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO SEGUNDO GRUPOS DE ATIVIDADES: PMC