O Brasil e o Rio Grande do Norte que saíram das urnas no dia 28 de outubro têm bandeiras distintas. Isso é fato. Ideologias, convicções e pensamentos que delineiam formas de gestão bem diversas – e isso ficou claro nas próprias campanhas. Antes que pensem que escrevo este artigo para desenvolver um pensamento crítico e/ou preocupado, esqueçam! Apesar do preâmbulo, não é disso que quero falar. Quero falar de convergências. Pois, agora, são elas – e somente elas – que importam.
Depois de ler e ouvir as primeiras falas do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e da governadora eleita, Fátima Bezerra, pude identificar esta convergência. Por isso quero destacá-la aqui.
Vamos aos fatos. Nas suas devidas proporções, o Brasil e o RN enfrentam crises fiscais e financeiras históricas. Ambos convivem com déficits bilionários (138 bilhões de reais no plano nacional e 1,4 bilhão de reais aqui no RN) e com a necessidade urgente de implantar medidas que levem à recuperação deste equilíbrio. Uma recuperação que é a única forma eficiente e eficaz de fazer com que seja possível oferecer ao povo, brasileiro e potiguar, o Estado – no seu conceito mais amplo – que ele merece, do qual precisa e pelo qual anseia.
Me confesso esperançoso. Tudo o que tem sido dito, lá e cá, até agora, segue a cartilha que nós, do setor produtivo, sempre defendemos. Responsabilidade fiscal e foco na retomada da capacidade de promoção do desenvolvimento social estão na cabeça e nas falas de Fátima Bezerra e de Jair Bolsonaro.
Ambos, cada um com suas convicções e escolhas, repita-se, têm sido coerentes com o que disseram nas respectivas campanhas (momento em que o afã da busca pelos votos algumas vezes faz que as palavras saiam mais facilmente das bocas): É preciso, urgentemente, fazer com que a máquina pública caiba no que arrecada. É preciso torná-la eficiente e extirpar os ralos do dinheiro público, desde a corrupção até os privilégios a pequenos grupos, passando por benefícios exagerados, gastos desnecessários ou superdimensionados e todo e qualquer mau uso dos recursos que andam tão escassos apesar do esforço desumano que a sociedade já faz para custear a máquina pública.
Temas como a previdência (nacional e estadual), a redução dos gastos com serviços da dívida pública e a relação com os poderes autônomos já entraram na agenda dos futuros mandatários. Eles já disseram que pretendem enfrentá-los com rapidez, firmeza e assertividade.
Jair Bolsonaro e Fátima Bezerra, guardadas todas as diferenças que os separam, têm pelo menos este ponto que os une fortemente: ambos sinalizam que sabem o tamanho da responsabilidade que têm. O desafio que será honrar cada um dos votos que recebeu e, principalmente, conquistar a confiança e o respeito daqueles que não foram seus eleitores. Até porque, agora, ambos se misturam. E é em nome do todo (do Brasil e do RN) que os dois já devem começar a trabalhar.
Meu desejo, minha esperança e minha expectativa são de que, a partir de 2019, todos nós possamos aplaudi-los e, sobretudo, que possamos desfrutar de um estado e de um país melhores para todos. Eu não apenas acredito nisso como, faço questão de registrar, que quero me unir a este esforço, a esta torcida. Eu e, tenho certeza, todos os empreendedores e trabalhadores sérios e comprometidos com o bem comum do Rio Grande do Norte e do Brasil. As urnas estão fechadas. As divisões ficaram para trás. O momento é de união de todos. E que venham as boas novas, pois elas têm nos feito muita falta.
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