Economista alertou para o câmbio, a competitividade e os custos logísticos e apontou prioridades para reduzir perdas no comércio atacadista potiguar.
Cerca de 60 associados do Sindicato do Comércio Atacadista do Rio Grande do Norte (Sincad RN), no estado durante palestra o economista e assessor da Presidência da Fecomércio RN, William Figueiredo. A apresentação foi realizada durante reunião-almoço anual da entidade, na quarta-feira (13), no restaurante NAU, em Natal. O especialista explanou sobre o cenário econômico mundial, do Brasil, do estado e do segmento, incluindo projeções de câmbio e juros, dados sobre competitividade e infraestrutura, apontando medidas para reduzir custos e preservar receitas.
Segundo William, o câmbio permanece como um desafio central para empresas que importam insumos e produtos: a projeção aponta média de fechamento do dólar em torno de R$ 5,60 para dezembro de 2025, com variações que oneram compras externas e afetam margens. O economista alertou que o diferencial de juros entre Brasil e exterior tem sido determinante para os movimentos da moeda e que empresários do atacado devem monitorar cenários cambiais para ajustar estoques e compras.
A questão da competitividade estadual foi outro ponto-chave da palestra. “O Rio Grande do Norte foi quem mais perdeu posições no ranking de competitividade dos estados após a pandemia. Itens como solidez fiscal, infraestrutura e segurança pública são vetores que afastam investimentos e aumentam o custo de operação local. Esse quadro reduz a atratividade do RN frente a outras unidades da federação”, afirma.
Na área logística, a apresentação trouxe dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT): dos 1.881 km mapeados de rodovias estaduais, apenas 26 km são classificados como “ótimos” e o estado não conta com trechos de rodovias estaduais em condição ótima ou boa.
A CNT estima que a condição atual das vias eleva o custo logístico em cerca de 45,9%, e que seriam necessários R$ 1,9 bilhão em ações emergenciais e manutenção para reverter o quadro.
O economista encerrou a palestra falando sobre a Reforma Tributária e seus pontos de atenção. Alíquota-teste, split payment, a competência judicial para julgar litígios relacionados ao IBS e CBS, além das sanções relacionadas aos dois tributos são algumas das questões que seguem ainda sem algum tipo de regulamentação, muito por conta ainda da tramitação no Congresso do PLP nº 108/2024.