O número de transações realizadas com cartões de crédito aumentou 108,3% entre fevereiro de 2010 e dezembro de 2014, segundo pesquisa do Instituto Assaf, com base em dados do Banco Central.
De acordo com o levantamento, em fevereiro de 2010 foram contabilizadas 505 milhões de movimentações com o plástico, enquanto em dezembro de 2014 o número subiu para 1,05 bilhão de transações.
Em volume financeiro, a soma das transações passou de 36,8 bilhões de reais para 104 bilhões de reais no período, uma elevação de 182%.
Também foi verificado um aumento no valor médio das movimentações. Em fevereiro de 2010, o valor médio transacionado com cartões era de 72,89 reais, já em dezembro de 2014 a média saltou para 98,85 reais, um aumento de 36%.
Fabiano Guasti Lima, pesquisador do Instituto Assaf responsável pelo levantamento, levanta algumas hipóteses que podem justificar o aumento do uso do cartão.
Uma delas seria a perda do poder de compra da população, diante do aumento da inflação. “Com menor poder de compra e a recente piora do quadro econômico, as pessoas recorrem mais ao crédito”, diz Lima.
A ampliação dos programas de fidelidade das empresas de cartões de crédito também pode ter contribuído para o maior uso do plástico. Com a maior divulgação dos programas, os consumidores passam a usar mais o cartão porque sabem que terão benefícios, segundo o pesquisador.
Outras duas razões citadas por Guasti Lima seria o maior acesso da população aos bancos, e consequentemente aos cartões, e também a busca por um meio de pagamento que pode ser mais seguro. “Muitas pessoas têm preferido usar os cartões a andar com dinheiro porque em caso de roubo ou furto, elas conseguem bloquear o cartão e não perdem o dinheiro”, afirma Lima.
Cuidados
Especialistas dizem que o cartão de crédito pode ser uma boa ferramenta de administração das finanças, já que ele flexibiliza as possibilidades de pagamento e pode oferecer benefícios com os programas de recompensa.
No entanto, quando usado sem disciplina, os cartões podem custar caro. Os juros praticados nessa modalidade são alguns mais altos do Brasil hoje, e, caso o cliente atrase o pagamento da fatura, ele entra no crédito rotativo, cujas taxas são ainda maiores.
Por esse motivo, é recomendável buscar outras linhas de crédito com juros menores, como o crédito consignado, caso não seja possível pagar a fatura em dia.
*Exame