Notícias

23 de junho de 2017

EUA suspendem importação de carne bovina fresca do Brasil

O secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, anunciou nesta quinta-feira (22) a suspensão da importação de carne bovina fresca do Brasil por razões sanitárias. O país obteve resultados negativos em testes de qualidade da carne brasileira que entra no país.

Em comunicado, o Departamento de Agricultura americano informou que está testando 100% da carne brasileira que entra nos EUA. Nesses testes, 11% dos produtos de carne fresca importados foram rejeitados.

“Esse resultado está substancialmente acima do que a taxa de rejeição de 1% das entregas vinda do resto do mundo”, disse o departamento de agricultura americano. Esta decisão será mantida “até que o ministério brasileiro da Agricultura tome medidas corretivas consideradas satisfatórias pelo USDA”, informou.

Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carnes (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, o problema se deve à uma reação da vacina de febre aftosa. Os componentes do medicamento provocaram abscessos na carne.

Alguns são visíveis e são retirados pelos fiscais sanitários brasileiros, mas “outros são abscessos internos, que não são visíveis, e que infelizmente foram detectados pelo governo americano”.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, confirmou que a reação à vacina é a origem do problema e que os técnicos do ministério estão aperfeiçoando os controles.

Blairo Maggi informou que pretende viajar aos Estados Unidos para tentar reabrir o mercado às exportações brasileiras.

Na quarta-feira, o diretor do departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Guilherme Marques, havia informado que com a declaração do Brasil livre de febre aftosa solicitaria aos laboratórios reduzir a dose da vacina para evitar reações.

O próprio ministério da Agricultura havia suspendido, na quarta-feira, a exportação para os Estados Unidos de carnes procedentes de cinco frigoríficos exatamente por este problema, cumprindo uma decisão da autoridade americana emitida em 16 de junho.

Camardelli recordou que os produtores pediram ao governo brasileiro resolver o problema em uma reunião com seus pares americanos.

“Este é um mercado em crescimento e o impacto será de toda ordem. Os Estados Unidos são um grande importador de carne e a mensagem é que podemos ser substituídos”, destacou Camardelli.

Segundo dados da Abiec, desde o início de 2017 as exportações de carne in natura para os Estados Unidos somaram 19 milhões de dólares.

Carne Fraca

Os Estados Unidos intensificaram os testes à carne brasileira em março, após a Polícia Federal deflagrar a operação Carne Fraca, que investigou irregularidades em frigoríficos brasileiros.
Após o escândalo, diversos países impuseram medidas restritivas à carne brasileira, como a suspensão de importações e o aumento dos testes de qualidade.

A União Europeia trouxe auditores ao Brasil em maio e enviou no início de junho uma carta ao ministro Blairo Maggi solicitando novas medidas para assegurar a qualidade da carne exportada. A UE ameaça impor novas restrições ao Brasil se seu pedido não for atendido.

Os Estados Unidos não chegaram a barrar a carne brasileira após a operação Carne Fraca. No entanto, o próprio ministério da Agricultura impôs medidas preventivas para tentar evitar sanções.

Na última quarta-feira (21), o órgão suspendeu a exportação de carne de cinco frigoríficos para os EUA, por reações adversas à vacina contra febre aftosa.

 

Com informações do G1 e AFP/Agence France-Presse

Outras notícias

Pular para o conteúdo