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6 de junho de 2014

Inflação oficial perde força e fica em 0,46% em maio, diz IBGE

Os preços relativos à alimentação subiram menos e os de transportes registram queda de abril para maio, pensando menos no bolso do consumidor e, assim, contribuindo para que a inflação oficial do país registrasse desaceleração nesse período. No mês passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,46%, a menor taxa desde setembro de 2013. Em abril, a variação foi de 0,67%.

No entanto, na análise das taxas acumuladas, houve aceleração em relação aos números de abril. De janeiro a maio, o IPCA tem alta de 3,33%, acima dos 2,88% do mês anterior. Em 12 meses, o avanço foi de 6,37%, superior ao anterior, de 6,28%. O resultado de maio mostra que a inflação oficial está um pouco abaixo do teto da meta do Banco Central para o ano, de 6,5%.

Dentro do grupo de alimentação e bebidas, cuja taxa passou de 1,19% para 0,58%, subiram menos os preços da farinha de mandioca, da batata inglesa e das hortaliças. Os alimentos consumidos em casa subiram em maio, mas numa velocidade menor que do mês anterior (de 1,52% em abril para 0,41%). Porém, para quem come fora, a conta ficou mais cara (de 0,57% para 0,91%). O tomate, considerado um vilão em 2013, voltou a subir. Depois de cair 1,94% em abril, o alimento ficou 10,52% mais caro, em maio.

“Enquanto em abril, os alimentos exerceram uma pressão 0,30 ponto percentual, em maio, caiu pela metade. Não significa que seja pouco, mas quando a gente compara um mês com outro, os alimentos foram decisivos no sentido de reduzir a taxa do IPCA, junto com os transportes, que foi o segundo grupo com maior peso”, disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índice de Preços do IBGE.

Já no grupo de despesas com transporte, cuja variação recuou de 0,32% para -0,45%, exerceu forte impacto a queda nos preços das tarifas aéreas: 21,11%. Também ficaram mais baratos os combustíveis (-0,67%), com queda de 2,34% no preço do litro do etanol e de 0,35%, no da gasolina.

“No transporte, a taxa chegou a ser negativa, por conta das passagens aéreas, que caíram mais de 20%, e combustíveis, porque qualquer movimento de preço dos combustíveis, por serem muito importantes no orçamento das famílias, têm efeito”, afirmou Eulina.

Os preços dos gastos relativos à habitação também mostraram variações menores de abril para maio (de 0,87% para 0,61%), com a maior influência partindo de um programa de redução de consumo de água em São Paulo, que fez a variação da taxa de água e esgosto cair 21,98%. Com isso, a tarifa de água e esgoto total, considerando outras regiões, mostrou queda de 5,25%.

Em saúde e cuidados pessoais (de 1,01% para 0,98%), grupos que tiveram os maiores resultados do mês, os destaques ficaram, respectivamente, com os eletrodomésticos (2,12%) e remédios (1,47%), este último refletindo a parcela complementar do reajuste autorizado em março.

Apesar de registrar uma das maiores taxas de variação, o saúde e cuidados pessoais não exerceu grande influência no IPCA por ter um peso menor no cálculo. O índice desacelerou, de 1,01% para 0,98%.

“As principais quedas do ano foram a passagem aérea, a taxa de água e esgoto, por causa de São Paulo, especificamente. Por conta da nova forma de cobrança. E telefone fixo”, afirmou Eulina. “Tem sido oferecidos muitos voos, e as tarifas mais baratas tem sido encontradas. Foram basicamente as passagens aéreas que fizeram ceder os serviços de um mês para o outro”, completou.

O que ficou mais caro

Na contramão, estão as outras despesas, que mostraram avanço de preços. No caso de artigos de residência, a variação passou de 0,20% para 1,03% – a maior taxa entre os grupos analisados.

Quanto às despesas pessoais, o índice passou de 0,31% para 0,80%, com pressões vindas de jogos de azar, manicure, cabeleireiro e empregado doméstico.

Ainda ficaram mais caros os artigos de vestuário (de 0,47% para 0,84%), educação (de 0,03% para 0,13%) e comunicação (de 0,02% para 0,11%).

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), divulgado com o IPCA, apresentou variação de 0,60% em maio, abaixo do resultado de 0,78% de abril. De janeiro a maio, o indicador acumula alta de 3,52% e, em 12 meses, de 6,08%.

*Fonte: G1 Economia

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