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8 de abril de 2015

Vendas a prazo registram queda de 2,03% em março, aponta SPC Brasil

Março foi o sexto mês consecutivo de retração. Segundo economistas, resultado reflete conjuntura econômica desfavorável e piora nos níveis de emprego e renda

O número de consultas ao banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) para vendas a prazo recuou 2,03% em março na comparação com o mesmo mês do ano passado. Este foi o segundo declínio consecutivo, após a queda de 2,85% registrada em fevereiro.  Apesar da baixa na comparação anual, a comparação mensal apresentou um aumento de 5,05%, em relação a fevereiro deste ano. No entanto, de acordo com os economistas do SPC Brasil, este resultado não pode ser considerado positivo por conta do efeito calendário: com mais dias úteis (18 em fevereiro e 22 em março), o mês de março naturalmente sofre uma elevação nas consultas para vendas a prazo. Além disso, o resultado do mês de fevereiro foi impactado pelo feriado do carnaval.

Vendas acumulam queda de -1,03%

Na comparação mensal, o dado de março segue a duas fortes desacelerações consecutivas: de 28,85% em janeiro e de 4,83% em fevereiro. Como resultado, as consultas de vendas a prazo acumulam resultado negativo no ano: -1,03%.

Para a economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o principal motivo dessa queda acumulada é o atual cenário econômico brasileiro, que apresenta menor crescimento da massa salarial, alta dos juros, redução de emprego e, principalmente, inflação elevada. A soma desses fatores gera encarecimento das parcelas e corrosão do poder de compra. O dado acumulado em 12 meses contribui com este cenário, com queda de 0,55%, o sexto recuo consecutivo.

A economista alerta que 2015 é um ano de educação financeira preventiva. “O ideal para este ano é pagar à vista e fazer reservas financeiras”, completa Marcela.
 
Custos altos para compras a prazo

Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, o custo para compras a prazo está alto, o que dificulta a melhora no cenário para o varejo.  “O gasto para comprar a prazo aumentou ao mesmo tempo em que o poder de compra do salário dos consumidores está crescendo menos. Desse modo, o apetite do consumidor para contrair novas dívidas está em desaceleração, uma vez que seus gastos e pendências já atingiram o limite do comprometimento da renda familiar”, afirma Pinheiro.
 

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