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19 de março de 2015

Emprego formal tem pior desempenho para fevereiro em 16 anos

A economia brasileira seguiu demitindo no segundo mês de 2015. Segundo informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o país fechou 2.415 vagas de emprego formal em fevereiro.

É o pior resultado para meses de fevereiro desde 1999 – ou seja, em dezesseis anos – quando foram fechados 78.030 empregos com carteira assinada. O fechamento de vagas em fevereiro, portanto, foi pior até mesmo do que o ano de 2009 – momento no qual a economia brasileira enfrentava os efeitos da crise financeira internacional, cujo início foi marcado pelo anúncio de concordata do banco norte-americano Lehman Brothers em setembro de 2008.

Em fevereiro do ano passado, houve a criação de 260.823 empregos formais no país. Em janeiro deste ano, o Brasil perdeu 81 mil vagas de emprego formal.

Apesar da queda do emprego formal em fevereiro deste ano, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, considera que isso é um sinal de “estabilidade”.

“Tivemos algumas áreas com mais perdas, como construção civil e comércio, mas tivemos recuperação em serviços”, declarou ele. Acrescentou que o orçamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é de R$ 56,5 bilhões para a construção de moradias para a população de baixa renda neste ano. “Este valor vai ensejar a construção de 545 mil unidades, com a criação de 2,5 milhões de empregos”, declarou ele.

O ministro Manoel Dias avaliou ainda que o resultado de fevereiro “não foi excepcional”. “Queríamos crescimento. foi bom porque estabilizou”, disse ele, lembrando que em janeiro foram fechadas 81 mil vagas formais.

Segundo ele, é “impossível”, neste momento, fazer uma previsão para o resultado do emprego formal em 2015. “Precisamos do primeiro semestre para ver uma reação disso. O aumento do dólar ajuda o Brasil, do ponto de vista da valorização do produto nacional”, acrescentou ele.

Setores

Segundo dados oficiais, o setor de comércio registrou o fechamento de 30.354 postos em fevereiro deste ano, ao mesmo tempo em que a construção civil teve 25.823 demissões no mês passado.

“No setor de construção, já teve influência da operação Lava Jato [que apura irregularidades em contratos da Petrobras]”, declarou Manoel Dias. Segundo ele, isso tende a melhorar, porque a “Petrobras não pode parar e o Brasil também não”. “Mas, em certo ponto, vai pesar [a operação Lava Jato]”, admitiu.

O setor de serviços registrou a contratação de 52.261 postos no mês passado, segundo o Ministério do Trabalho. A indústria de transformação, por sua vez, contratou 2.001 trabalhadores com carteira assinada em fevereiro.

Já a agricultura teve o fechamento de 9.471 postos de trabalho em fevereiro, enquanto a administração pública abriu 10.541 vagas formais. A indústria extrativa mineral fechou 1.260 empregos em fevereiro.

Regiões do país

Segundo o Ministério do Trabalho, houve o registro de demissões em três das cinco regiões do país em janeiro deste ano.

A região Sul abriu 23.902 postos formais em fevereiro, ao mesmo tempo em que o Centro-Oeste registrou a contratação de 10.781 trabalhadores com carteira assinada no segundo mês de 2015.

No Sudeste, que geralmente lidera as contratações no país, porém, foram fechadas 4.846 vagas formais em fevereiro deste ano. Essa redução foi atribuída, principalmente, ao desempenho negativo do Rio de Janeiro (-11.101 postos).

Já a região Nordeste fechou 27.528 postos formais no mês passado, enquanto que a região Norte registrou 4.724 demissões no mesmo período.

Primeiro bimestre

No acumulado do primeiro bimestre deste ano, foram fechados 80.732 empregos formais, o que representa forte piora em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram abertas 302.190 empregos com carteira assinada.

Este é o pior resultado para os dois primeiros meses do ano desde 2009, quando foram fechadas 84.415 empregos com carteira assinada.

Os números de criação de empregos formais do primeiro bimestre, e de igual período dos últimos anos, foram ajustados para incorporar as informações enviadas pelas empresas fora do prazo no mês de janeiro. Os dados de fevereiro ainda são considerados sem ajuste.

*Fonte: G1 Economia

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