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16 de outubro de 2014

Comércio registra queda de 3,6% no volume de vendas

O emprego vai mal e as vendas do comércio também. Pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o volume de vendas do setor caiu 3,6% em agosto, no Rio Grande do Norte, em relação ao mesmo período de 2013. Foi o pior desempenho para o mês desde 2005. Considerando o período de janeiro a agosto o houve crescimento de 1,7%. A variação, porém, é a segunda mais baixa em nove anos – só no ano 2009, quando a economia sentia mais fortemente os efeitos da crise mundial, o índice foi pior.

Os números consideram o desempenho do comércio varejista ampliado, que inclui os segmentos de veículos e materiais de construção. Eles não são ruins apenas no Rio Grande do Norte.

Nacionalmente, os resultados alcançados em agosto e no acumulado do ano também são piores do que os do ano passado. Em agosto houve queda de 6,8% e de janeiro a agosto o recuo foi de 1,5%. Índices também mais fracos desde 2005, considerando o varejo ampliado. As vendas encolheram 0,4% em agosto ante julho, derrubadas pela menor saída dos automóveis, no país.

Melhora
No varejo restrito, sem considerar veículos e materiais de construção, houve melhoria no país, na comparação com julho, quando a variação foi de -1,8%. Depois de seis meses de resultados sofríveis, o comércio aumentou em 1,1% o volume de vendas em agosto ante julho, no país. Sete entre as oito atividades registraram expansão, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio divulgada ontem. A única exceção foi o segmento de supermercados, prejudicado pelas altas nos preços de alimentos e redução no ritmo de crescimento da renda dos trabalhadores.

No entanto, analistas observam que o desempenho positivo de agosto ainda não foi suficiente para reverter as perdas acumuladas em meses anteriores. “A comparação mês contra mês anterior é muito volátil. Não dá para falar muito em recuperação”, declarou Juliana Vasconcellos, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. “Passada essa época de Copa do Mundo, em que a atenção das famílias estava voltada para outra coisa, pode ser que agora, com a volta às aulas, elas tenham voltado a consumir”, acrescentou.

Mesmo com a melhora de agosto, as vendas ainda foram 1,1% menores do que em agosto do ano passado. “Esses resultados corroboram a expectativa de perda de dinamismo do comércio, independente do calendário – isto é, passada a Copa do Mundo, esgotam-se os argumentos para um desempenho tão sofrível na comparação interanual”, ressaltou a avaliação da equipe da consultoria Rosenberg Associados, liderada pela economista-chefe Thaís Zara.

O período de volta às aulas deu o maior combustível ao consumo em relação a julho, provocando um salto de 7,5% nas vendas de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação. Outra influência positiva foi do segmento de móveis e eletrodomésticos. Já os supermercados recuaram 0,1%.

“Os (aumentos dos) preços dos alimentos no domicílio estão acima da inflação”, apontou Juliana, lembrando que, no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, a alimentação no domicílio acumulava alta de 7,5%, contra uma taxa de 6,5% da inflação geral. Já a massa de rendimentos reduziu o ritmo de crescimento de 2,7% em agosto de 2013 para 1,8% em agosto de 2014. “A renda cresceu menos”, completou a gerente do IBGE.

*Fonte: Tribuna do Norte, com informações da Agência Estado

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