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27 de fevereiro de 2024

Confiança dos varejistas aumenta pelo segundo mês consecutivo

Apesar da melhora, otimismo do setor ainda está 4,9% abaixo do que estava no mesmo período do ano passado. Avaliação das condições atuais da economia caiu 18,8% no comparado com fevereiro de 2023.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou o segundo aumento consecutivo em fevereiro, subindo 2,4%e, com isso, atingindo 109,7 pontos. descontados os efeitos sazonais. Apesar da melhora, o indicador ainda está 4,9% abaixo do que registrava no mesmo período do ano anterior.

A confiança dos varejistas em relação às condições atuais da economia teve o maior crescimento mensal, de 8,5%. No comparativo anual, no entanto, foi o que mais caiu, com redução de 18,8%. A análise das condições atuais do setor teve o segundo maior avanço: 5,6% de aumento no mês e no ano; entretanto, uma queda de 17,2%. As duas variáveis foram responsáveis pelo fato de o indicador das condições atuais – que avalia a economia, o setor e a empresa – ter tido o maior crescimento mensal, de 5,7%, apesar de ser o único ainda abaixo da zona de satisfação.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, isso revela que os varejistas ainda não estão satisfeitos com o momento atual da economia e do comércio, apenas menos pessimistas. “A confiança do setor está crescendo, mas ainda há desafios a serem superados, como o alto custo do crédito e a inadimplência. A priorização do consumo em bens essenciais também é um fator a ser observado”, aponta Tadros.

Expectativas para o futuro são positivas

O indicador que mede as expectativas dos comerciantes teve incremento de 1,8% no mês, além de apresentar a primeira taxa anual positiva (+1,9%) desde novembro de 2022. Todos os subitens (expectativa em relação à economia, ao setor e à empresa) estão acima do nível de satisfação e são os únicos em condições superiores às de fevereiro de 2023. A expectativa que mais subiu é a referente à economia: o aumento mensal foi de 2,6%, e, no ano, o crescimento foi de 4,4%.

Mas o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, alerta que, apesar do otimismo com o futuro, os varejistas ainda enfrentam desafios. A taxa de juros para empresas, embora tenha diminuído em relação ao ano passado, ainda está alta (18,4%). Além disso, a inadimplência das empresas aumentou de 2% para 3,5% entre dezembro de 2022 e 2023, dificultando o acesso ao crédito.

A pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também realizada pela CNC, revelou maior preocupação das famílias em organizar seu orçamento, colocando o consumo em segundo plano. “A perspectiva para consumir permaneceu em declínio em fevereiro, mas o percentual de consumidores que pretendem reduzir as compras também vem caindo, o que impacta positivamente a expectativa dos comerciantes em relação aos próximos meses”, afirma Felipe Tavares.

Investimento em capital humano é o único em nível satisfatório

O indicador que mede as intenções de investimento teve o menor crescimento, de apenas 0,8%, com todos os componentes abaixo do resultado de fevereiro de 2023. O investimento em capital humano foi o único em nível satisfatório, mas a proporção dos comerciantes que pretendem reduzir suas contratações nos próximos meses segue aumentando, atingindo 40,3% em fevereiro de 2024, o maior nível desde maio de 2021.

Segmentação por atividade

A confiança do empresário do comércio melhorou em fevereiro nos três grupos de lojas do varejo pesquisados: supermercados, farmácias e lojas de cosméticos; roupas, calçados, tecidos e acessórios; e eletrodomésticos, eletrônicos, móveis e decoração, material de construção e veículos. Os varejistas de produtos de primeira necessidade são os mais otimistas, com aumento de 4,2% no índice. Depois, vêm os vendedores de produtos duráveis, cujo crescimento do indicador foi de 2,3%, seguidos pelos comerciantes de vestuário, tecidos e calçados, com alta mais tímida, de 0,9%.

Supermercados, farmácias e lojas de cosméticos são as atividades que tiveram a maior alta no que diz respeito à avaliação das condições atuais (aumento de 11% no mês). Porém, esse mesmo segmento foi o que teve a maior queda no ano, de 23,1%.

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