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23 de junho de 2015

Inadimplência no Brasil vai a 4,7% em maio, maior patamar em quase 2 anos, diz BC

A inadimplência no mercado de crédito brasileiro subiu pelo segundo mês consecutivo em maio no segmento de recursos livres, chegando ao maior patamar desde 2013, acompanhada pelo aumento dos juros em meio ao aperto monetário conduzido pelo Banco Central para domar a inflação.

No segmento de recursos livros, que possui taxas de juros livremente definidas pelas instituições financeiras, a inadimplência foi a 4,7 por cento em maio, ante 4,6 por cento em abril, igualando patamar visto pela última vez em setembro de 2013.

Ao mesmo tempo, a taxa de juros média do segmento passou a 42,5 por cento ao ano no mês passado, sobre 41,8 por cento em abril, renovando recorde de alta da série histórica iniciada em março de 2011.

O movimento tem como pano de fundo a elevação na Selic adotada pelo BC desde outubro passado para arrefecer a persistente alta dos preços, que bateu em 8,47 por cento nos 12 meses até maio, bem acima da meta do governo de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de dois pontos para mais ou para menos.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no início do mês, o BC elevou a Selic a 13,75 por cento ao ano, dando pistas de novos aumentos pela frente em sua tarefa de ancorar as expectativas para a inflação no centro da meta no fim de 2016 com “determinação e perseverança”.

O BC informou ainda que, no segmento de recursos direcionados –operações que contam com taxas ou recursos definidos por normas do governo–, a inadimplência manteve-se em 1,2 cento em maio, enquanto a taxa de juros média avançou a 9,3 por cento, sobre de 8,9 por cento ao ano no mês anterior.

O spread bancário –diferença entre o custo de captação e a taxa efetivamente cobrada pelos bancos– subiu a 29,8 pontos percentuais no segmento livre em maio, contra 29,3 pontos percentuais em abril. No segmento direcionado, o spread também teve alta, de 0,1 ponto, a 3,2 pontos percentuais.

O estoque total de financiamentos em maio subiu 0,7 por cento sobre abril, a 3,081 trilhões de reais, recobrando algum fôlego após modesta alta exibida no mês anterior, de apenas 0,1 por cento. Em 12 meses a alta foi de 10,1 por cento, ainda segundo o BC.

O estoque respondeu por 54,4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no mês, contra 54,3 por cento do PIB em abril, em dado revisado pelo BC.

*Fonte: Reuters

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