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8 de dezembro de 2021

Inflação leva CNC a reduzir expectativa de volume de vendas no comércio varejista em 2021

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou a expectativa do volume de vendas no comércio varejista para este ano de +3,6% para +3,1% e projeta avanço de 1,2% para o setor em 2022. O ajuste ocorreu após a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontar queda do índice pelo terceiro mês consecutivo, acumulando retração de 5,3% desde agosto deste ano.

Segundo o estudo, o recuo em outubro foi de 0,1%, o que praticamente confirmou a expectativa da CNC de estabilidade em relação ao mês anterior. Na comparação anual, no entanto, a queda foi a maior para meses de outubro desde 2016 (- 8,1%).  O presidente da entidade, José Roberto Tadros, observa que o saldo negativo é resultado de um cenário de deterioração das condições de consumo que não dá indícios de reversão no curto prazo.

Além do encarecimento do crédito, cuja taxa de juros das operações com recursos livres às pessoas físicas avançou de 37% para 44% entre dezembro de 2020 e outubro deste ano, e da letargia do mercado de trabalho, o presidente destaca o descasamento entre os preços praticados no atacado e no varejo como um dos grandes problemas para os comerciantes. “A incapacidade de repasse integral das altas de preços ao consumidor final diante do ritmo intenso dos reajustes no atacado foi muito prejudicial”, observa.

Circulação de consumidores não permitiu reação

De acordo com o economista da CNC responsável pela análise, Fabio Bentes, o resultado negativo de outubro foi particularmente influenciado pelos desempenhos das vendas de móveis e eletrodomésticos (-0,5%) e de hiper e supermercados (- 0,3%), principal segmento do varejo e que tem registrado quedas mensais desde o último mês de julho.

“Claramente, o bônus representado pelo aumento da circulação de consumidores, que permitiu a reação do setor após as duas ondas da pandemia, se mostra próximo ao esgotamento, na medida em que, em novembro, pela primeira vez desde o início da crise sanitária, a frequência atingiu nível semelhante ao de fevereiro de 2020 (+1,9%)”, avalia o economista.

Dos dez segmentos avaliados pela pesquisa do IBGE, somente três apresentaram avanços mensais: equipamentos de informática, comunicação e materiais de escritório (+5,6%); artigos de usos pessoal e doméstico (+1,4%); e tecidos, vestuário e calçados (+0,6%).

 Confira a análise completa da Divisão Econômica da CNC

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