Abrir e fechar conta pelo celular, fazer uma vaquinha virtual para financiar sua ideia, buscar crédito fora dos grandes bancos e receber seu salário onde quiser. Esses avanços só foram possíveis graças a mudanças e novas regras definidas pelo Banco Central (BC) e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para permitir que novas tecnologias sejam incorporadas ao sistema financeiro e ao mercado de capitais.

“É um processo irreversível e necessário, e que tem importância para todo o sistema”, disse o chefe do departamento de regulação do BC, João André Calvino, em debate na Fintouch 2018, evento de fintechs que acontece nesta quarta-feira (8) em São Paulo. “A tecnologia está em todos os pontos de nossa agenda e é chave para aumentar a eficiência do sistema financeiro e a educação financeira, promover o aumento da competição, entre outro pontos.”

“Queremos incentivar as fintechs, elas são uma ferramenta de democratização dos serviços financeiros e de inclusão financeira da população”, disse Antônio Berwanger, superintendente de desenvolvimento de mercado da CVM.

Próximo desafio: ‘open banking’

A próxima grande fronteira, segundo ele, é fazer o país avançar no chamado “open banking”, sistema que permite compartilhar informações entre as diferentes instituições financeiras.

“Provavelmente em setembro, vamos chamar os participantes do setor para uma primeira conversa, para fazer os primeiros questionamentos ao mercado e para que já possamos ter algo mais concreto no fim deste ano”, disse o executivo do BC.

“A implementação do ‘open banking’ nos traz grandes desafios de padronização, de definições e de responsabilizações, já que é um modelo de compartilhamento de informações e serviços bancários. Ele promete promover abertura e estimular uma competição intensa dentro do sistema”, disse.

Fonte: Uol