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11 de setembro de 2017

Nível técnico ‘bate’ nível superior na retomada do emprego na indústria, diz pesquisa

A indústria absorveu mais trabalhadores de nível técnico que de nível superior no primeiro semestre deste ano, aponta levantamento do Sistema Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) divulgado nesta segunda-feira (11).

Segundo a pesquisa, atividades mais próximas à linha de produção – operadores, técnicos de manutenção e de vendas, por exemplo – voltaram a abrir vagas, enquanto as oportunidades para engenheiros e diretores continuam baixas. Das dez áreas de engenharia pesquisadas, apenas três tiveram saldo de empregos positivo.

O diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, credita esse cenário à recuperação do consumo das famílias e ao perfil do próprio sistema de emprego. Segundo ele, os dados também revelam “sinais de recuperação” da indústria e da economia, de modo geral.

“O sistema de emprego, via de regra e em qualquer atividade, é piramidal. Por exemplo, você tem um professor titular, alguns adjuntos, vários auxiliares e ainda mais alunos”, explica Lucchesi. Essa lógica se repete em outros ambientes, como a indústria.

Essa distribuição do trabalho, segundo o diretor do Senai, faz com que os empregos de menor qualificação sejam os primeiros na “fila do corte” quando a crise chega – e os primeiros na fila da recontratação, quando a economia se estabiliza.

Em outro estudo recente, o Senai apontou que o Brasil terá de qualificar 13 milhões de trabalhadores em ocupações industriais até 2020. Segundo o órgão, boa parte desse número se refere à requalificação – por exemplo, alguém que já atua como eletricista, mas precisará fazer um curso de automação para se manter competitivo.

Mas se o ensino técnico e profissionalizante paga bem, é mais rápido e emprega mais, por que apenas 8% dos jovens brasileiros passam por essa etapa da educação? Segundo o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, o problema está ligado ao preconceito, ao baixo investimento e a uma mentalidade “antiga”.

“Nosso contingente ainda é baixo, o que cria um problema de competitividade. Na Alemanha, na Áustria, na Suíça, no Japão, mais de 50% fazem educação profissional junto à educação regular”, compara.

Com informações do G1.

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