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28 de junho de 2018

Ipea prevê PIB menor e inflação maior em 2018

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou suas projeções macroeconômicas diante da recuperação mais lenta da atividade observada no início deste ano, os efeitos da paralisação dos caminhoneiros e a piora do cenário internacional, conforme o relatório “Visão Geral de Conjuntura”, divulgado nesta quinta-feira.

A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano passou a ser de crescimento de 1,7%, bem abaixo da expectativa de 3% divulgada pelo instituto em março. O cenário para o crescimento do PIB no ano que vem, por sua vez, foi mantido em 3%.

Pela ótica da despesa, o desempenho deste ano será liderado pelo consumo das famílias (+2,3%) e investimentos (+3,6%). Na previsão divulgada em março, porém, ambas as taxas mostravam-se mais positivas: de 3,4% e 4,5%, respectivamente. O consumo do governo deve recuar 0,5% — projeção revisada de estabilidade.

Pelo lado da oferta, a expectativa é de crescimento da indústria (1,4%) e dos serviços (1,8%) neste ano. Na previsão divulgada em março, os números eram de expansão de 3,6% e 2,9%, respectivamente.

O PIB agropecuário, por sua vez, deve apresentar queda de 1% — projeção revisava de queda de 2,2%.

O relatório “Visão Geral de Conjuntura”, do Ipea, é assinado por José Ronaldo de Castro Souza Júnior, Paulo Mansur Levy e Marco Antônio Cavalcanti, autores do documento.

PIB industrial

O PIB da indústria deve recuar 1% no segundo trimestre, na comparação com o primeiro trimestre, impactado pela paralisação dos caminhoneiros iniciada em 21 de maio e que durou 11 dias.

De acordo com o Ipea, o PIB brasileiro deve crescer, dessa forma, 0,1% no segundo trimestre de 2018, frente aos três primeiros meses do ano. Quando comparado ao mesmo período de 2017, a expectativa é de crescimento do PIB de 1%.

Se confirmada, a queda do valor adicionado da indústria interrompe uma sequência de três trimestres consecutivos de recuperação. O PIB do setor cresceu no terceiro trimestre de 2017 (0,4%), no quarto (2,7%) e no primeiro de 2018 (1,6%), sempre em comparação aos três meses imediatamente anteriores.

Quando comparado ao mesmo período do ano passado, o PIB industrial deve apresentar crescimento de 0,6%.

O Ipea avalia que o fraco desempenho da indústria será compensado, em boa medida, pelo avanço de 0,3% do valor adicionado do setor de serviços — que representa 70% do PIB pela ótica da oferta. Na comparação com o mesmo período de 2017, o PIB de serviços deve crescer 1,1%, conforme as projeções divulgadas pelo instituto.

Pela ótica das despesas, o Ipea prevê crescimento do consumo das famílias de 0,2% no segundo trimestre deste ano, frente ao primeiro trimestre. Os investimentos devem ficar estáveis e o consumo do governo apresentar queda de 0,5%, pela série ajustada sazonalmente.

IPCA

O Ipea prevê que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vai fechar este ano em 4,2%, pouco abaixo do centro da meta do governo, de 4,5%.

No mesmo documento divulgado em março, o Ipea previa inflação de 3,6% no ano. A nova projeção passou a incorporar um avanço maior de preços em função do câmbio, de itens administrados pelo governo e também do impacto provocado pela paralisação dos caminhoneiros sobre bens e serviços.

Para 2019, a expectativa é de uma inflação de 4,3%. Na Visão Geral de Conjuntura divulgada em março, o Ipea previa a inflação oficial brasileira em 4,25% no fim do próximo ano.

O Ipea atualizou suas projeções para o câmbio e a taxa básica de juros, a Selic. O instituto prevê o dólar a R$ 3,70 no fim de 2018 e R$ 3,65 em 2019. Em março, as projeções eram de R$ 3,40 e R$ 3,45, respectivamente.

No caso da Selic, o Ipea prevê a taxa de 6,50% no fim deste ano — o que significa que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) não deve mais mexer nos juros neste ano. Para o fim de 2019, o Ipea prevê a Selic em 8,50%.

Fonte: G1

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