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14 de junho de 2018

Dados do IBGE mostram retomada mais forte da economia em abril; e agora?

O desempenho da economia em abril, o primeiro mês do segundo trimestre, foi bem melhor do que se esperava. A indústria cresceu 0,8% em relação a março. De janeiro a abril, cresceu 4,5%. No varejo, as vendas expandiram 1%, depois de terem aumentado 1,1% em março. No ano, alta de 3,4%. E os dados divulgados nesta quinta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o setor de serviços cresceu 1% também em abril, o primeiro resultado positivo do ano.

Olhando para os dados dos três setores, observa-se que o desempenho positivo em abril foi generalizado nos três setores, o que não vinha acontecendo até março. Portanto, a recuperação espalhou-se pela economia, sinal de uma retomada mais consistente.

A grande dúvida é como será daqui para frente, depois que a greve de 11 dias dos caminhoneiros paralisou a economia. Os componentes estruturais da gradual recuperação continuam presentes: inflação baixa, juros baixos, ampliação do crédito para as famílias.

Some-se a isso a liberação de das cotas do Pis-Pasep, que pode injetar quase R$ 40 bilhões na economia, dinheiro que será usado pelas famílias para pagar dívidas ou para consumir.

No mercado de trabalho, o desemprego continua muito elevado. Mas o fato de ter parado de aumentar encoraja o contingente de cerca de 90 milhões de pessoas empregadas, aumenta a disposição para o consumo.

O “daqui pra frente” passa cada vez mais a ser influenciado pelo processo eleitoral em curso. O destino da economia será jogado na política.

A perspectiva de melhora pode ser resgatada, caso sejam encaminhadas soluções consistentes para os reais problemas da economia. O inverso também é verdadeiro: uma piora profunda por conta de alternativas atraentes, mas insustentáveis.

O preço do diesel, com aumentos quase que diários para o consumidor, foi o estopim da greve. Mas o IBGE monstra dados curiosos. Na pesquisa sobre o varejo, as vendas de combiustíveis e lubrificantes aumentaram 3,4% em abril, depois ter subido 1,9% em março. Itens que vinham em quedas consecutivas.

Nos dados sobre o setor de serviços, oberva-se que transportes terrestres cresceram 0,5% em abril e 4,4% em março. No ano, aumento de 3,4%.

Bem, se houve aumento do transporte terrestre por dois meses consecutivos, apesar da alta no preços dos combustíveis, é porque a demanda por frete estava aumentando. O que é consistente com o crescimento verificado na indústria, no setor de serviços e no comércio em geral.

Uma solução cirúrgica para a questão dos caminhoneiros, que evitasse a greve, teria poupado os brasileiros de uma confusão danosa para todos. Uma balbúrdia que se materializou em falta de produtos, aumento de preços, subsídios elevados e injustos (pois beneficiou até proprietários de carros de luxo a diesel).

Além de ter espalhado incertezas jurídicas na relação entre os agentes privados, por conta de improvisadas intervenções do governo e do Congreso.

Sem falar que o travamento da recuperação da economia significa menor demanda por frete para os caminhoneiros.

Fonte: G1

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