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6 de março de 2018

Cartão de crédito endividou famílias brasileiras em fevereiro, independentemente da renda

Em fevereiro, o cartão de crédito foi o grande vilão para 77% das famílias que se declararam endividadas na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Na sequência, carnês (16,5%) e financiamento de carro (10,7%) também comprometeram o orçamento das famílias em todo o País.

O cartão se destaca na pesquisa por ser a principal dívida tanto para as famílias com renda até dez salários mínimos (78,0%) quanto para aquelas com renda acima de dez salários mínimos (73,3%).

Em fevereiro, o número de famílias endividadas apresentou queda apenas na faixa de menor renda, na comparação com janeiro: para as famílias que ganham até dez salários mínimos, o percentual passou de 62,9% em janeiro para 62,7% em fevereiro. Já para as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o percentual de famílias endividadas passou de 53,6% em janeiro deste ano para 53,8% em fevereiro.

Dados gerais

Apesar do cartão de crédito e de outras modalidades de dívida, o dado geral da Peic mostra que o percentual de famílias endividadas recuou de 61,3 em janeiro para 61,2% em fevereiro deste ano – um avanço pequeno, mas positivo perto da base comparativa fraca do ano passado. “A recuperação da renda do trabalho e a queda das taxas de juros são alguns dos fatores que impactam diretamente o endividamento e favorecem uma melhora gradual em algumas modalidades de crédito”, afirma Marianne Hanson, economista da CNC.

A pesquisa mostra ainda que a proporção das famílias com dívidas ou contas em atraso diminuiu em fevereiro, atingindo 24,9% das famílias, ante 25,0% em janeiro. Outro dado que apresentou queda em fevereiro foi a proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar as suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes: 9,7%, ante os 9,5% registrados em janeiro.

Nível de endividamento

A proporção das famílias que se declararam muito endividadas ficou estável, mantendo-se em 13,6% do total de entrevistados. Na comparação anual, houve queda de 0,8 ponto percentual. Por outro lado, o percentual de famílias que se declararam pouco endividadas teve alta em relação a 2017: passou de 23,1% para 24,2% do total de famílias.

Prazo de endividamento

O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas foi de 64,9 dias em fevereiro de 2018, inferior aos 65,7 no mesmo período do ano passado. Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 6,9 meses, sendo que 31,1% das famílias possuem dívidas por mais de um ano e 25,8%, por até três meses. Entre aquelas endividadas, 20,9% afirmam ter mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.

Acesse a análise completa, os gráficos e a série histórica da Peic.

 

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