O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, afirmou nesta sexta-feira (21) que a agência está preparando um aplicativo para ajudar o consumidor a entender a conta de luz.
Segundo Pepitone, o aplicativo permitirá que o consumidor acesse os dados da sua distribuidora de energia e descubra quanto da sua conta de luz é para pagar pela geração de energia, quanto se paga por subsídios como os dados para o setor de irrigação e de saneamento e quanto da conta de energia é imposto.
“Qualquer consumidor poderá acessar a sua conta de luz e saber o que está indo para subsídio, o que está indo para geração, qual a parcela da transmissão, qual a parcela das distribuidoras e qual a parcela de impostos”, disse.
O diretor explicou que ainda não há uma data para o lançamento do aplicativo, mas que a agência está trabalhando para que seja feito ainda este ano.
Subsídios
Pepitone afirmou que a Aneel também está trabalhando em uma proposta para reduzir os subsídios pagos pelos consumidores de energia elétrica, mas que muitas dessas mudanças precisarão ser aprovadas pelo Congresso Nacional.
Durante a cerimônia de assinatura dos contratos de concessão de mais de dois mil quilômetros de linhas de transmissão, o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, criticou os subsídios pagos na conta de luz e disse que esses subsídios foram criados em um outro momento da economia brasileira e que agora pesam muito no orçamento do brasileiro.
“Aqui há subsídios para tudo. Até para programas de irrigação na Ilha de Itaparica é subsidiado na conta de luz. Porque cada dia eu descubro um ou dois”, afirmou o ministro.
A discussão sobre a redução dos subsídios, no entanto, é antiga. Em 2016 o Ministério de Minas e Energia, na época comandado pelo deputado Fernando Coelho Filho, abriu uma consulta pública para discutir formas de reduzir os subsídios pagos via tarifa de energia elétrica.
Geração mais barata
O trabalho da Aneel, afirmou o diretor-geral, também inclui propostas para reduzir o valor da geração de energia térmica. “Temos um parque térmico contratado caro, com CVU [custo de geração da energia] elevada. Temos que trabalhar para reduzir a CVU desses parques”, disse.
Recentemente, o Ministério de Minas e Energia anunciou que pretende fazer leilões regionais de térmicas a gás natural para substituir térmicas a óleo, que são mais caras. As térmicas seriam construídas próximos aos centros de produção de gás natural, o que ajudaria a baratear o custo de geração de energia.
Fonte: G1